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Smaghi, do BCE, fala em "quantitative easing" para zona do euro

Bini Smaghi, que deixa o BCE na semana que vem, disse ao Financial Times nesta sexta-feira que, se necessário, não veria razão para o instrumento não ser usado

O "quantitative easing" seria apropriado " em países que enfrentarem uma emboscada de liquidez que possa levar à deflação", disse ele  (Getty Images / Scott Olson)

O "quantitative easing" seria apropriado " em países que enfrentarem uma emboscada de liquidez que possa levar à deflação", disse ele (Getty Images / Scott Olson)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2011 às 12h19.

Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE) deveria iniciar um programa de compra de ativos similar ao dos Estados Unidos se as condições econômicas mudarem, disse o membro do conselho executivo Lorenzo Bini Smaghi, abrindo as portas para uma possível mudança de política monetária para combater a deflação.

Bini Smaghi, que deixa o BCE na semana que vem, disse ao Financial Times nesta sexta-feira que, se necessário, não veria "razão pela qual tal instrumento feito sob medida para características específicas da área do euro não devesse ser usado."

O "quantitative easing" seria apropriado "em particular em países que enfrentarem uma emboscada de liquidez que possa levar à deflação", disse ele ao jornal. Até agora, o BCE não vê risco de deflação.

Sem fim à vista para a crise de dívida da zona do euro, a pressão cresce para que o BCE use ferramentas similares às britânicas e norte-americanas, mas o banco - apoiado pela Alemanha - resiste com firmeza.

"Essa é a primeira vez que eu ouço tal comentário do BCE", disse Christian Schulz, economista sênior do Berenberg Bank. "Mas ele deixará o BCE em breve e é italiano. Há outros a que nós devemos prestar mais atenção."

O BCE costuma se referir ao fato de que seu mandato de preservar a estabilidade de preços difere do mandato do Federal Reserve e do Banco da Inglaterra. Essa distinção foi reafirmada nesta sexta-feira por outro membro que deixará o BCE, o alemão Juergen Stark.

"Nós estamos aprendendo muito com os mercados. Mas os mercados precisam aprender conosco e perceber que o banco central dos EUA e Wall Street não são um modelo para a Europa, mas que a Europa tem suas próprias tradições e leis", disse Stark, segundo o jornal alemão Die Welt.

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