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Seixas Corrêa defende a democratização da OMC

Candidato ao cargo de diretor-geral da organização, o embaixador brasileiro apresentou nesta quarta-feira (26/1) suas propostas aos países-membros

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

Um organismo mais democrático e atento ao desenvolvimento social dos países-membros é a principal proposta do embaixador brasileiro Luiz Felipe Seixas Corrêa, candidato à direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Nesta quarta-feira (26/1), ao apresentar a candidatura em Genebra, o diplomata defendeu o sistema multilateral de negociações entre as 148 nações que compõem a OMC com uma ressalva. Seixas Corrêa afirmou que o sucesso de rodadas de liberalização do comércio mundial, como a de Doha, depende de condições mais equilibradas de diálogo entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento.

Um dos modos de equilibrar essas condições, de acordo com o embaixador, é tornar a OMC um organismo mais democrático. Segundo Seixas Corrêa, o principal desafio deste século para todas as nações é encontrar um meio de conciliar o crescimento econômico com o desenvolvimento social. "Não podemos esquecer que mais de dois terços dos membros da OMC lutam contra condições crônicas de pobreza", afirmou.

Para o candidato brasileiro, a OMC só será verdadeiramente democrática, se a diretoria-geral da organização for ocupada por um representante de um país em desenvolvimento. De acordo com o embaixador, os países desenvolvidos são minoria na OMC. Em seu ataque mais direto contra a candidatura do francês Pascal Lamy, ex-comissário de comércio da União Européia e que representa as nações ricas da organização, o diplomata afirmou que "é difícil aceitar que, tendo o controle das instituições criadas em Bretton Woods [o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional], os países desenvolvidos detenham também o leme da OMC".

Apesar de criticar as intenções das nações desenvolvidas, Seixas Corrêa procurou também demonstrar que, se eleito, não fomentará confrontos entre os membros da organização. "Não posso conceber o futuro da OMC dentro de uma dinâmica de confrontos. Vejo o futuro como um processo de aproximação, de convergência de ideais e de conciliação", afirmou. Após o discurso, Seixas Corrêa foi sabatinado pelo plenário da OMC.

Além do brasileiro e Pascal Lamy, também concorrem ao cargo o ex-representante do Uruguai na OMC, Carlos Pérez del Castillo, e o ministro do Comércio Exterior das Ilhas Maurício (África), Jaya Krishna Cuttaree. O mandato do atual diretor-geral da OMC, o indiano Supachai Panitchpakdi, termina em 31 de agosto. Segundo o cronograma da organização, os candidatos têm prazo até 31 de março para divulgar suas propostas. Entre 1º de abril e 31 de maio, os países-membros devem realizar uma assembléia geral para eleger o novo diretor.

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