Bruxelas - O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, que se despede nesta sexta-feira da organização após cinco anos à frente da mesma, afirmou que seu sucessor, o norueguês Jens Stoltenberg, chegará ao posto em um "momento difícil", mas confia que a Aliança superará os desafios e defenderá seus valores.

"Tenho certeza que, sob o mandato do meu sucessor, nossa Aliança seguirá unindo a América do Norte e a Europa em defesa de nossos valores: liberdade, democracia e o Estado de direito", declarou o político dinamarquês em entrevista à Agência Efe.

"Meu amigo Jens Stoltenberg tomará posse do cargo em um momento difícil, no qual nossos valores e nossa vontade se põem a toda prova", destacou Rasmussen.

"Devemos aceitar o desafio, resistir às pressões de reduzir-nos e permanecer firmes", acrescentou.

Por esse motivo, o secretário-geral da Otan saliente defendeu "não só desenvolver as capacidades" que necessitam, mas também "demonstrar a vontade política de utilizá-las quando for necessário".

"Se fracassamos em defender a liberdade e a democracia, as forças de opressão aproveitarão sua oportunidade", considerou.

Na opinião de Rasmussen, "contemporizar não conduz à paz, mas só incita os tiranos", enquanto qualquer falha na hora de "combater a opressão só convidará a mais opressão".

"Essa é a lição do sigo XXI, uma lição que não devemos esquecer nunca. Enquanto a ação militar continuar sendo o último recurso, devemos ser capazes de recorrer a ela quando necessitemos", comentou.

"Não para fazer a guerra, mas para construir a paz", concluiu.

O ex-primeiro-ministro norueguês Jens Stoltenberg, de 55 anos, se tornará o novo secretário-geral da Otan no próximo dia 1º de outubro, depois que Rasmussen, de 61, completar os cinco anos previstos de mandato à frente da organização.