Kim Jong-un: no poder desde 2011, o ditador é neto de Kim Il-sung, que liderou a Coreia do Norte desde a fundação do país em 1948 até morrer em 1994 (AFP/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de abril de 2020 às 09h58.
A imprensa internacional tem publicado desde ontem reportagens citando fontes não oficiais que dizem que o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, está com a saúde frágil após passar por uma cirurgia. Autoridades do governo da Coreia do Sul, porém, afirmaram que não viram atividade fora do normal no país vizinho, enquanto uma fonte do governo americano confirmou que existe o rumor, mas disse que Washington não tem meios de checar sua veracidade.
O escritório da presidência sul-coreana afirma que Kim aparentemente continua a desempenhar normalmente as tarefas de governo e que não há informação sobre rumores relativos à saúde dele. As especulações geralmente aparecem quando o líder deixa de comparecer a algum evento importante. Kim, que está no meio da casa dos 30 anos, não foi à comemoração do aniversário de seu falecido avô, Kim Il Sung, em 15 de abril, o feriado mais importante do país. Mas ele comandou uma reunião em 11 de abril sobre a pandemia do novo coronavírus, segundo a agência de notícias estatal Korean Central News Agency (KCNA). A imprensa estatal também publicou reportagens sobre cumprimentos enviados por Kim aos presidentes da Síria e de Cuba.
Não está claro o que poderia ocorrer se Kim perdesse o poder por problemas de saúde ou morresse. Cheong Seong-Chang, analista do Instituto Sejong, da Coreia do Sul, diz que Kim Yo Jong, irmã de Kim, já exerce influência significativa no governo e que a maioria dos membros do regime tem interesse em manter a família no comando. Outros analistas acreditam que poderia haver uma liderança coletiva entre membros da elite do partido governista.
Uma autoridade do governo dos Estados Unidos afirmou que a Casa Branca sabia de relatos surgidos no fim da segunda-feira, 20, de que a saúde de Kim poderia estar frágil. A fonte disse que havia informações sobre uma cirurgia que teve complicações, mas ressaltou que os EUA não dispõem de nenhum elemento para confirmar que essa cirurgia de fato ocorreu.