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Sarkozy afirma que fará 'todo o possível' para defender o euro

Como exemplo, o presidente francês citou os planos de resgate a Grécia e Irlanda

O presidente francês Nicolas Sarkozy espera que o PIB do país cresça acima de 1,5% (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2011 às 12h54.

Paris - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou nesta quinta-feira que fará "todo o possível" para preservar o euro e que não deixará que os especuladores acabem "com uma das grandes conquistas europeias".

Nenhuma medida concreta foi anunciada pelo presidente francês, quem também não precisou se é favorável ao aumento do fundo de ajuda aos países em dificuldade, como reivindicam alguns membros da União Europeia (UE).

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"Faremos tudo o que estiver em nosso poder para defender o euro em 2011 se novas tensões surgirem", garantiu o presidente em seu discurso de ano novo às forças econômicas do país.

Sarkozy citou como exemplo os resgates da Grécia e Irlanda e a criação do fundo de estabilização de 750 bilhões de euros para futuras crises.

Para o presidente, esta é a maior crise enfrentada pela Europa desde a adoção da moeda única, mas "graças à mobilização dos europeus, à força do eixo franco-alemão foram superados os desafios reforçando a integração econômica europeia".

Sarkozy assinalou que é importante reduzir a dívida dos Estados e se mostrou disposto a dar exemplo.

Garantiu que o déficit francês será no final deste ano de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) e metade disso em 2013, um objetivo que se comprometeu a completar "seja qual seja for taxa de crescimento".

Para 2011, Sarkozy espera que a França cresça acima de 1,5%, o que servirá para que o país siga criando emprego.


Mas a obrigação de manter o equilíbrio das contas públicas, que o presidente deseja introduzir na Constituição do país, depende mais, afirmou, do controle da despesa do Estado, para que não afete à competitividade das empresas.

"Diminuir o gasto público, que representa atualmente a metade da riqueza produzida por ano em nosso país constitui uma necessidade absoluta para preservar nosso modelo social", garantiu o presidente, quem afirmou que nesse sentido vai ser conduzida a reforma da previdência adotada que amplia em dois anos a vida ativa dos franceses.

Sarkozy ressaltou que esperava aumentar a integração econômica dos membros do euro porque "não é possível compartilhar a mesma moeda e ter estratégias econômicas diferentes".

"Nosso principal desafio constitui reforçar a integração econômica europeia", garantiu Sarkozy, que apostou na adoção de "estratégias de convergência macro-econômicas e estruturais" entre os membros.

Nestes temas, Sarkozy reiterou que trabalha com Merkel, com quem já começou a avançar na convergência fiscal.

O presidente pronunciou esse discurso na fábrica do gigante aeronáutico europeu Airbus, fruto da cooperação entre Paris e Berlim, uma das empresas mais afetadas pela força da divisa europeia frente ao dólar, já que seus centros de produção estão no Velho Continente, mas os aviões são vendidos em moeda americana.

Antes de seu discurso, o presidente demonstrou aos trabalhadores e executivos do grupo sua solidariedade e se comprometeu a lutar contra a concorrência desleal que representa essa diferença de cotação, mas sem que isso signifique debilitar o euro.

Por fim, o presidente francês destacou que as prioridades do Governo para 2011 serão "o emprego, a competitividade e a preservação do modelo social".

Para alcançá-lo, Sarkozy rejeitou aumentar os impostos porque isso "levaria o país em direção à decadência".

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