Bruxelas - A Comissão Europeia (CE) insistiu nesta segunda-feira que as sanções contra a Rússia, que previsivelmente serão adotadas nesta tarde por procedimento escrito, terão caráter "reversível" se for confirmado um cessar-fogo entre Kiev e os rebeldes pró- Rússia .
"O cessar-fogo será um elemento determinante para aplicar ou não as sanções", disse na entrevista coletiva diária da CE a porta-voz comunitária Pia Ahrenkilde.
Ahrekilde lembrou que o conjunto de restrições contra Moscou se baseia sobre as sanções já adotadas em julho e têm um caráter "reversível".
"Podemos ampliá-lo (o pacote de sanções) ou detê-lo em função do desenvolvimento no terreno", acrescentou a porta-voz.
Os embaixadores da UE acordaram na sexta-feira endurecer as sanções econômicas contra a Rússia nos mercados de capital, defesa, produtos de uso dual e tecnologias sensíveis, além de ampliar as restrições de viagem e o congelamento de bens a outros 24 dirigentes e oligarcas russos, crimeanos e de Donbass, a zona industrial no leste da Ucrânia onde se concentram os pró-Rússia.
O texto do acordo deve ser aprovado hoje mediante procedimento escrito, enquanto os detalhes das sanções serão revelados amanhã, uma vez sejam publicadas no Diário Oficial da UE.
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, afirmou no domingo em entrevista à rede de televisão "VRT" que parece que a Rússia "só chega a negociações sérias com dificuldades", e recalcou que as sanções só serão reveladas se o cessar-fogo for durável e sejam iniciadas realmente as negociações de paz entre as partes.
As sanções da UE incluirão uma restrição do acesso ao financiamento nos mercados de capitais dos grandes bancos estatais, assim como de consórcios russos de defesa e energia, controlados em 51% pelo Estado ou cujos ingressos procedam pelo menos de 50% da venda de petróleo ou produtos petroleiros, segundo fontes comunitárias.
Também serão cortados de 90 a 30 dias os vencimentos dos instrumentos financeiros que poderiam comprar e vender estas empresas para financiamento, e serão proibidos os empréstimos para os bancos controlados pelo Estado russo, às empresas energéticas e de defesa.
Igualmente serão proibidos os serviços associados para atividades de perfuração em águas profundas, exploração no Ártico e produção de petróleo de xisto.
A UE endurecerá, além disso, a proibição de tecnologias de uso dual -aqueles produtos que têm propósitos civis como militares- para a Rússia ao incluir, além dos usuários finais militares ou o uso militar como até agora, também "usuários finais".
O bloco comunitário reforçará, além disso, o embargo de importação e exportação de armas à Rússia para "fechar lacunas".
- 1. Velas e armas
1 /13(Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
- 2. Pelo chão
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As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
- 3. Memória saqueada
3 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
- 4. Sem destino
4 /13(Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
- 5. Caixa-preta
5 /13(Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
- 6. Represália Europeia
6 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
- 7. Maioria holandesa
7 /13(Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
- 8. Domingo de homenagem
8 /13(Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
- 9. Em busca da cura
9 /13(Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
- 10. EUA diz que sabe
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Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
- 11. Artigo editado
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O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
- 12. Duas tragédias no ano
12 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
- 13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
13 /13(Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)