Mundo

Rússia intensifica ataques contra Ucrânia após promessas de ajuda militar da Otan

Moscou respondeu ao anúncio de ajuda com novos ataques aéreos contra a Ucrânia, que afirmou ter derrubado 20 drones de ataque russos e dois mísseis de cruzeiro durante a noite

Prédio residencial atingido por destroços de drone russo derrubado em Kiev

 (AFP/AFP)

Prédio residencial atingido por destroços de drone russo derrubado em Kiev (AFP/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 13 de julho de 2023 às 08h38.

Última atualização em 13 de julho de 2023 às 08h50.

A Rússia respondeu nesta quinta-feira, 13, às promessas da Otan de apoiar a Ucrânia com ataques aéreos pela terceira noite consecutiva, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visita a Finlândia, novo país membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Biden se reunirá com o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, um dia após a reunião de cúpula da Otan na Lituânia, onde o G7 anunciou que apoiará a Ucrânia pelo tempo necessário para que o país derrote a Rússia.

Moscou respondeu ao anúncio de ajuda com novos ataques aéreos contra a Ucrânia, que afirmou ter derrubado 20 drones de ataque russos e dois mísseis de cruzeiro durante a noite.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou que o corpo de uma pessoa foi encontrado após um incêndio em um prédio residencial, mas não relacionou as chamas ao ataque russo.

O governo russo afirmou que os caças F-16 enviados à Ucrânia serão considerados uma ameaça "nuclear" por sua capacidade de transportar armas atômicas.

"A Rússia não pode ignorar a capacidade destas aeronaves de transportar armas nucleares", alertou o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, antes de informar que Moscou advertiu Estados Unidos, Reino Unido e França.

Holanda e Dinamarca lideram o plano para treinar os pilotos ucranianos nos caças americanos, como parte de uma coalizão de 11 países, depois que o governo dos Estados Unidos autorizou a transferência das aeronaves.

Reunião nórdica de Biden com Finlândia

Joe Biden se reunirá na Finlândia com Sauli Niinisto, presidente do país nórdico, que compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia e que acabou com a política histórica de não alinhamento após a invasão da Ucrânia pelas tropas russas.

Além de Niinisto e do primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, Biden se reunirá com outros os chefes de Governo da região: o sueco Ulf Kristersson, o norueguês Jonas Gahr Store, a dinamarquesa Mette Frederiksen e a islandesa Katrin Jakobsdottir.

O grupo abordará a cooperação entre os países nórdicos e os Estados Unidos nas áreas de segurança, meio ambiente e tecnologia.

Biden será o primeiro presidente americano a visitar Helsinque desde que seu antecessor, Donald Trump, se reuniu na capital finlandesa com o presidente russo, Vladimir Putin, em 2018.

A viagem acontece depois que os líderes da Otan frustraram as esperanças do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, de obter um calendário definido para a adesão do país à aliança militar, A organização destacou que o convite a Kiev será apresentado quando "as condições forem cumpridas".

Ao invés de um calendário preciso na Otan, os países do G7 ofereceram à Ucrânia um pacote de compromissos de segurança a longo prazo.

Biden afirma que a Otan não irá hesitar

O plano do G7 estabelece uma estrutura sob a qual cada país poderá assinar acordos bilaterais com Kiev para o fornecimento de armas.

"Não vamos hesitar", afirmou Biden em um discurso em Vilnius, no qual demonstrou a determinação de apoiar a Ucrânia após uma reunião com Zelensky.

"Putin ainda duvida do nosso poder de permanência. Ainda faz a aposta errada de que a convicção e unidade dos Estados Unidos e dos nossos aliados e parceiros serão quebradas", declarou.

Zelensky insistiu que as promessas de ajuda dos governos ocidentais são uma "grande vitória em termos de segurança".

Mas ele não escondeu que preferia a divulgação de um calendário por parte da Otan para a adesão da Ucrânia após a guerra.

À margem do encontro da Otan, a Austrália se comprometeu a enviar uma frota adicional de 30 veículos blindados de infantaria Bushmaster, avaliados em 67 milhões de dólares.

Nesta quinta-feira, no entanto, o ministro da Defesa da Austrália expressou dúvidas sobre uma proposta para enviar caças aposentados à Ucrânia, alegando que o pedido de Kiev de mais aeronaves representa uma "questão complicada".

O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuriy Ignat, afirmou que os novos sistemas são insuficientes para proteger todo o país. "Não temos recursos para destruir mísseis balísticos", declarou Ignat.

Acompanhe tudo sobre:UcrâniaRússiaGuerras

Mais de Mundo

Netanyahu oferece quase R$ 30 milhões por cada refém libertado que permanece em Gaza

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil