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Chanceler russo diz que há "racismo contra brancos" nos Estados Unidos

Sergei Lavrov, chefe da diplomacia russa, disse que movimento liderado pelo Black Lives Matter teve "agressão contra os cidadãos brancos dos Estados Unidos"

Sergei Lavrov, chefe da diplomacia russa: declaração questionável na TV estatal (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 1 de abril de 2021 às 18h12.

Última atualização em 1 de abril de 2021 às 19h31.

O chefe da diplomacia russa , Sergei Lavrov, disse nesta quinta-feira, 1º de abril, que um suposto racismo contra os brancos poderia estar surgindo nos Estados Unidos e disse que a correção política "levada ao extremo" teria consequências lamentáveis.

Em uma entrevista com cientistas políticos transmitida pela televisão nacional, Lavrov disse que a Rússia apoia há muito tempo a "tendência mundial de que todo o mundo quer acabar com o racismo".

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"Fomos pioneiros do movimento que promove a igualdade dos direitos das pessoas de qualquer cor", disse o ministro russo.

No entanto, o diplomata afirmou que é importante "não passar ao outro extremo que vimos durante os eventos do BLM [siglas do movimento Black Lives Matter] e a agressão contra os brancos, os cidadãos brancos dos Estados Unidos".

Fundado nos Estados Unidos em 2013, o Black Lives Matter -- ou "Vidas Negras Importam, em português -- é um movimento que luta por justiça racial e oportunidades iguais para brancos e negros nos EUA. Os EUA foram palco de massivos protestos em favor de justiça racial após o assassinato cometido por um policial branco contra George Floyd, um homem negro que estava desarmado em maio de 2020.

Os protestos também se espalharam para países em todo o mundo, gerando movimento de contestação de figuras ligadas à escravidão ou à colonização, como derrubada de estátuas.

Lavrov acusou os Estados Unidos de querer espalhar por todo o mundo o que chamou de "uma revolução cultural" e disse que "tem chances colossais de fazer isso".

"Agora Hollywood também está mudando suas regras para que tudo reflita a diversidade da sociedade moderna", afirmou o chefe da diplomacia russa, que considerou isso "uma forma de censura".

"Já vi negros atuarem nas comédias de Shakespeare. Só não sei quando verei um Otelo branco", insistiu Lavrov, para quem "o politicamente correto não terminará bem".


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