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Rússia denuncia "obsessão" por derrubar Assad

Moscou, um dos últimos a apoiar o regime para o qual vende armas, propôs sediar uma conferência internacional sobre os refugiados sírios


	O ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov: conflito perdura devido à "obsessão" da oposição e da rebelião em derrubar Assad, considerou o ministro
 (AFP/ Kirill Kudryavtsev)

O ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov: conflito perdura devido à "obsessão" da oposição e da rebelião em derrubar Assad, considerou o ministro (AFP/ Kirill Kudryavtsev)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 19h45.

Damasco - A violência continuava na Síria, mas a Rússia, grande aliada do regime, denunciou nesta quarta-feira a "obsessão" da oposição em derrubar o presidente Bashar al-Assad, o que impediria, segundo Moscou, uma solução política para o conflito.

Moscou, um dos últimos a apoiar o regime para o qual vende armas, propôs sediar uma conferência internacional sobre os refugiados sírios, cujo número ultrapassa 650.000 após 22 meses de guerra, de acordo com a ONU.

Segundo balanço provisório do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), 48 pessoas morreram em bombardeios e combates em todo o país, incluindo um casal e seus três filhos em Aleppo.

Homs, a "capital da revolução", continua a ser bombardeada pelo exército que cerca há mais de seis meses vários bairros rebeldes, indicou a ONG. Este cerco provocou uma grave crise humanitária na região.

No noroeste do país, os habitantes de Al-Hamama se refugiaram em grutas nas falésias para escapar dos ataques da aviação do regime.


"Alguns morteiros caíram do lado da minha casa explodindo as janelas. Então decidi levar minha família para viver nesta gruta", contou Abdallah Bedaui, 32 anos.

Mais ao sul, o exército bombardeou a periferia de Damasco, enquanto violentos combates foram travados entre opositores e rebeldes nas regiões de Deraa (sul) e Idleb (noroeste).

A guerra devastou muitas regiões e tem afetado a produção agrícola, indicou a Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO), fazendo um apelo para socorrer este setor que é fonte de renda para oito milhões de sírios.

Provocado pela repressão a uma contestação popular contra o regime de Assad, em março de 2011, o conflito se transformou em guerra civil e já causou a morte de mais de 60.000 pessoas.

Ele perdura devido à "obsessão" da oposição e da rebelião em derrubar Assad, considerou o chefe da diplomacia russa, Sergueï Lavrov.


"Enquanto esta posição irreconciliável continuar, nada de bom pode acontecer", declarou, colocando em evidência as divergências entre russos, iranianos e chineses de um lado e ocidentais e árabes do outro.

Moscou já havia afirmado que a saída de Assad era "impossível", enquanto a oposição exige sua queda para qualquer negociação.

O presidente russo Vladimir Putin prometeu fornecer ajuda financeira e humanitária a Beirute, que afirma precisar de 363 milhões de dólares para responder a entrada de refugiados sírios no país.

Ele acrescentou que fará tudo "o possível" para "ajudar na realização de uma conferência internacional" sobre os refugiados.

Mais de 650.000 sírios deixaram o país desde março de 2011, segundo a agência da ONU para os Refugiados (Acnur).

A Turquia, que acolhe mais de 200.000 refugiados e onde um 17º campo está sendo construído, assegurou que "nunca fechará suas fronteiras".

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