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Rússia afirma pela 1ª vez que objetivo é derrubar governo Zelensky na Ucrânia

Em encontro com líderes árabes, o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, afirmou que objetivo russo é "ajudar ucranianos a se livrar" de um "regime inaceitável"

Sergey Lavrov: em referência a Zelensky, o ministro das Relações Exteriores russos diz que Moscou vai "ajudar os ucranianos a se livrar deste regime" (AFP/AFP)

Sergey Lavrov: em referência a Zelensky, o ministro das Relações Exteriores russos diz que Moscou vai "ajudar os ucranianos a se livrar deste regime" (AFP/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2022 às 12h36.

Última atualização em 25 de julho de 2022 às 12h38.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou nesse fim de semana que o objetivo de seu país na guerra na Ucrânia é derrubar o governo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

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A declaração ocorreu em encontro com representantes da Liga Árabe no Cairo, Egito. Lavrov disse que o governo em Moscou está determinado a, segundo ele, ajudar os ucranianos a "se libertar do fardo deste regime absolutamente inaceitável". A informação dita na cúpula foi confirmada pela agência americana Associated Press.

Lavrov disse ainda que o que chamou de regime na Ucrânia é "absolutamente anti-povo e anti-histórico".

O oficial russo afirmou que a animosidade entre russos e ucranianos é influenciada por propaganda do Ocidente, que tenta tornar a Ucrânia uma "inimiga eterna" da Rússia. Para o chanceler, "russos e ucranianos continuariam vivendo juntos".

Foi uma das declarações mais enfáticas do alto escalão russo no que diz respeito à relação com o governo Zelensky. Em falas anteriores, a Rússia vinha dizendo que tinha por objetivo "desnazificar" a Ucrânia, estabelecendo, no discurso, uma ligação entre o governo Zelensky e a ascensão de grupos neo-nazistas no país vizinho, antes parte das repúblicas da antiga União Soviética.

Dentre os motivos oficiais da Rússia para ir à guerra, estavam ainda a disputa pela região de Donbass (onde estão as repúblicas separatistas de Donestk e Luhansk, com muitos russos étnicos) no leste do país, e a possibilidade de ingresso da Ucrânia na Otan, aliança militar com potências ocidentais.

Os cinco meses de guerra na Ucrânia foram completados no último domingo, 24. O conflito teve início oficial em 24 de fevereiro, quando o exército russo iniciou ataques à capital Kiev e a outras áreas do país.

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Na ocasião, a Rússia já havia exigido a "rendição" do governo ucraniano e Zelensky afirmou que ele era "o alvo número um" das tropas russas. Zelensky, um ex-comediante que se candidatou à presidência, está no governo ucraniano desde 2019.

Embora alguns encontros diplomáticos entre Rússia e Ucrânia tenham ocorrido no início da guerra, as negociações de paz pouco avançaram.

As tropas russas se retiraram do norte da Ucrânia, região próxima à capital Kiev que era o alvo principal no começo da guerra, mas ganharam espaço no leste e no sul, áreas mais próximas à fronteira russa. A tendência, neste momento, é que a Ucrânia tenha dificuldade em encerrar a guerra sem ceder essas parcelas do território. Mas o conflito continua sem data para acabar.

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