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Da Redação
Publicado em 9 de julho de 2013 às 18h45.
Nações Unidas - Análises científicas russas indicam que um letal projétil que atingiu um subúrbio de Alepo (Síria) em 19 de março continha o gás nervoso sarin, e provavelmente foi disparado por rebeldes, disse o embaixador da Rússia na ONU na terça-feira.
O incidente na localidade de Khan al Assal matou mais de 20 pessoas. O governo e os rebeldes se acusaram mutuamente, e ambos os lados negam o uso de armas químicas nos dois anos de guerra civil.
O embaixador Vitaly Churkin disse que especialistas russos visitaram o local do impacto e recolheram amostras que foram analisadas em um laboratório certificado pela Organização para a Proibição de Armas Químicas, na Rússia.
"Ficou estabelecido que em 19 de março os rebeldes lançaram um projétil não-guiado Basha'ir-3 na direção de Khan al Assal, controlada por forças governamentais", disse.
"Os resultados da análise indicam claramente que a munição usada em Khan al Assal não foi produzida industrialmente e estava preenchida com sarin", afirmou.
"O projétil envolvido não é de um tipo padrão quanto ao uso químico", acrescentou Churkin. "O hexogeno, usado como detonador, não é utilizado em munições padrão. Portanto, há toda razão para crer que foram combatentes armados da oposição que usaram armas químicas em Khan al Assal." Churkin disse ter informado ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre essas conclusões. A Rússia é a mais poderosa aliada do presidente sírio, Bashar al Assad, no cenário internacional, oferecendo-lhe proteção diplomática e venda de armas.
A ONU estima que mais de 90 mil pessoas já tenham morrido na guerra civil síria, iniciada em 2011.