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Romney critica comentários de Obama sobre a Líbia

O republicano concentrou seus ataques na política externa de Obama, aproveitando os comentários do presidente sobre a Líbia

O candidato republicano à presidência dos EUA, Mitt Romney: o contra-ataque de Romney aproveita a impressão causada pelos ataques contra as embaixadas dos EUA nos países muçulmanos (Brendan Smialowski/AFP)
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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 22h44.

Washington - O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney , tentou nesta segunda-feira virar a página das polêmicas que o afetaram nas últimas semanas e atacou Barack Obama por declarações em que o presidente parece minimizar a gravidade do trágico ataque contra o consulado americano em Benghazi (Líbia).

Romney passou os últimos dias tentando explicar seus próprios comentários polêmicos, que vazaram em um vídeo na internet, nos quais menosprezava '47%' dos cidadãos que nunca votariam nele porque, segundo o candidato, são 'dependentes do governo'.

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Além disso, publicou na última sexta-feira sua declaração de impostos, em uma tentativa de diminuir as acusações dos democratas.

Hoje, no entanto, o republicano concentrou seus ataques na política externa de Obama, aproveitando os comentários do presidente sobre a Líbia.

O contra-ataque de Romney aproveita a impressão causada pelos ataques contra as embaixadas dos EUA nos países muçulmanos, e acontece pouco antes do início da Assembleia Geral das Nações Unidas quando, segundo se soube, o presidente americano não tem reuniões bilaterais programadas com líderes estrangeiros.


'Vou colocar os Estados Unidos no caminho certo para que tenha a liderança necessária e possamos moldar o futuro dessa parte do mundo (o Oriente Médio) e manter os Estados Unidos fortes', afirmou Romney em um evento de campanha no Colorado.

O republicano criticou Obama por dizer neste fim de semana em uma entrevista ao programa '60 Minutes' da rede 'CBS' que a transição para a democracia na Líbia é certa, mas passa por uma 'estrada esburacada'.

Romney identificou imediatamente esses 'buracos' com o ataque armado do último dia 11 de setembro contra o consulado de Benghazi no qual morreu o embaixador dos EUA na Líbia, Chris Stevens, e mais três americanos.

'Os 'buracos na estrada' são vidas, é a humanidade, é a liberdade', garantiu Romney, que tenta apresentar ao eleitorado suas ideias sobre política externa, um campo no qual Obama domina nas pesquisas, mas que perdeu terreno em coincidência com o renovado sentimento antiamericano entre os grupos conservadores do mundo islâmico.

'A liderança dos Estados Unidos é decorrente do poder das Forças Armadas, que ao mesmo tempo deriva de uma economia forte, que por sua vez vem de sólidos valores e princípios', disse Romney no Colorado.

O republicano criticou novamente Obama por ser 'compassivo demais', pois o país precisa de um presidente que vai 'moldar os eventos no Oriente Médio', em vez de ficar 'à mercê deles'.

Lis Smith, uma das porta-vozes da campanha de Obama, criticou hoje os comentários de Romney por 'ter interpretado mal as palavras do presidente e fazer declarações imprudentes sobre a morte de quatro americanos', em referência à morte de Stevens e dos outros três membros da missão diplomática em Benghazi.


A Primavera árabe, que acabou com regimes ditatoriais em países como Tunísia, Líbia e Egito e encorajou os dissidentes na Síria, provocou em muitos casos uma lacuna de poder que deu asas aos extremistas islâmicos.

Romney e seu candidato à vice-presidente, Paul Ryan, tentam criar um paralelo entre a presidência de Obama e a de Jimmy Carter (1977-1981), durante a qual aconteceu a revolução islâmica dos aiatolás no Irã e a invasão da embaixada americana em Teerã.

'O presidente (Obama) se baseou no poder de sua personalidade e pensou que acalmaria as coisas no mundo muçulmano... (mas) liguem as televisões e vão se lembrar de Teerã em 1979. Estão queimando nossas bandeiras em capitais do mundo todo, estão entrando em nossas embaixadas', disse hoje Ryan em um comício em Ohio.

Apesar da continuação dos ataques entre republicanos e democratas e da proximidade dos debates entre Obama e Romney, muitos eleitores já podem ir às urnas nos estados de Idaho, Dakota do Sul e Vermont. Em Iowa e Wyoming, dois estados considerados decisivos, os colégios eleitorais abrirão antecipadamente a partir da próxima quinta-feira.

As duas campanhas já estão na reta final que decidirá o próximo presidente dos EUA. Em estados como Iowa, 14% dos eleitores decidiram votar antecipadamente em 2008.

'A votação adiantada aumenta o impacto dos investimentos que fizemos no nosso trabalho de campo. Esses esforços serão recompensados quando chegar a hora da apuração', disseram hoje à Agência Efe fontes da campanha democrata.

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