O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos (EXAME/Exame)
Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, em Davos acabou a "descrença, a desconfiança e a hostilidade" contra o Brasil.
Em entrevista com a imprensa brasileira realizada durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, Guedes explicou como o Brasil "está muito melhor do que outros países" e que o respeito em relação ao País aumentou nesta edição.
O ministro da Economia salientou a melhora das contas públicas brasileiras, as reformas já realizadas e o compromisso do país com a preservação do meio-ambiente.
"Em 2019 o ambiente era de descrença pelo desempenho econômico. Descrença em relação a capacidade de fazer reformas. Descrença inclusive quanto a democracia. Agora as coisas mudaram", disse Guedes.
Segundo o ministro, na volta em 2020 a atitude "mudou ligeiramente", pois o governo realizou a reforma da previdência.
"Essa foi uma reforma difícil. Mas no Brasil a gente tinha milhões de pessoas nas ruas a favor da reforma da previdência, enquanto - por coincidência - em Paris tinha milhões de pessoas protestando contra a reforma da previdência francesa", disse Guedes.
Para ele, "isso deu muita credibilidade ao Brasil. e mostrou que a democracia brasileira é funcional e tinha capacidade de fazer mudanças".
"A visão inicial aqui em Davos era de total descrença em relação ao Brasil. Mas agora tudo mudou. Fomos recebidos de uma forma completamente diferente, muito positiva", disse Guedes.
O ministro salientou que "o Brasil está em uma posição muito confortável. Muito mais do que nas outras reuniões em Davos".
"O Brasil está recuperando sua capacidade de crescimento interna. Nossos investimentos também estão aumentando, passaram de 14% para mais de 20% esse ano", disse o ministro da Economia.
Guedes salientou como as reformas feitas pelo Brasil, como a reforma da previdência, os marcos regulatórios, o Banco Central independente, o acordo de livre-comércio com a União Europeia "o pessoal de Davos viu nosso desempenho e acabou a descrença".
"Se o Bolsonaro ganhar de novo, e o Congresso for de centro-direita, vamos acelerar muito as reformas no Brasil. Nosso objetivo é trazer o Brasil rumo a prosperidade", disse Guedes.
"Ai vamos privatizar a Petrobras (PETR4), vamos fazer acordos comerciais com outros países do mundo, com a ASEAN na Ásia, vamos fazer muito mais do que fizemos até agora", explicou o ministro.
Segundo Guedes, em 2019 havia uma "hostilidade em relação a questão ambiental. Uma hostilidade aberta. Este ano tudo mudou".
O ministro da Economia declarou que este ano não houve questionamentos ambientais por parte de nenhum outro participante do fórum.
"Dois bancos brasileiros promoveram duas reuniões com investidores estrangeiros: nenhuma pergunta sobre meio ambiente. Quatro reuniões com ministros: nenhuma pergunta sobre meio ambiente. Seis reuniões propriamente do Fórum de Davos: nenhuma pergunta sobre meio ambiente. Doze reuniões empresariais, de pessoas que querem fazer negócios com o Brasil: nenhuma pergunta sobre meio ambiente", explicou Guedes.
Para ele, "ninguém cobrou o Brasil sobre a questão ambiental. Pois eles entenderam que estamos engajados. Que a situação mudou".
Guedes explicou que o Brasil está acertando um ângulo novo na questão ambiental junto com outros presidentes do G20: Indonésia, Brasil e Índia.
"Eu deixei bem claro que o Brasil vai respeitar o acordo de Paris sobre o clima, pois o Brasil quer ser um dos protagonistas da preservação ambiental. Pois o Brasil tem consciência que é uma potência verde", disse o ministro. em Davos.