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Reino Unido pode atrasar Brexit se houver renegociação, diz ministro

Com apoio do Parlamento britânico, May tentará renegociar o acordo com a União Europeia, apesar dos alertas

Bexit: a UE afirmou que não renegociará o acordo do Brexit (Neil Hall/Reuters)

Bexit: a UE afirmou que não renegociará o acordo do Brexit (Neil Hall/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 12h49.

Londres - O Reino Unido terá que atrasar o Brexit se reiniciar as negociações e se chegar a um novo acordo com Bruxelas no final de março, a fim de poder aprovar legislação essencial, afirmou nesta quinta-feira o ministro britânico das Relações Exteriores, Jeremy Hunt.

Em declarações à "Rádio 4" da BBC, o ministro afirmou que um atraso da saída britânico da União Europeia (UE), fixada para 29 de março, dependerá da duração desse processo.

"É verdade que se terminarmos aprovando um acordo dias antes de 29 de março, então podemos necessitar de tempo adicional para aprovar legislação essencial", disse Hunt, depois que o Parlamento aprovou na terça-feira uma emenda que pede que o Governo renegocie com Bruxelas partes do acordo do brexit.

"Mas pudermos fazer progressos antes, então pode ser que não seja necessário. Não podemos saber agora com exatidão", acrescentou o titular da diplomacia britânica.

Na terça-feira, a Câmara dos Comuns aprovou uma emenda não-vinculante a uma moção "neutra" do governo de Theresa May que pede para não deixar o bloco europeu sem acordo e outra favorável à revisão do pacto negociado entre Bruxelas e Londres, mas rejeitada pelos deputados no último dia 15 por esmagadora maioria.

A UE já indicou que o acordo alcançado no final do ano passado não é renegociável, mas Londres insiste em buscar alternativas à salvaguarda pensada para manter a fronteira entre as duas Irlandas aberta para não prejudicar o processo de paz na província britânica da Irlanda do Norte.

Nas suas declarações, o responsável da diplomacia britânica disse que é "difícil saber" se as negociações chegarão até o final de março, mas ressaltou a mudança no ambiente político no Reino Unido em poucos dias, com mais consenso.

"Há muitos, muitos obstáculos, ninguém está dizendo que não vai ser um grande desafio, mas agora temos um consenso no Parlamento. Podemos utilizar esse consenso, sempre que possamos atender a estas preocupações, preocupações muito razoáveis de nossos amigos na Irlanda sobre ter uma fronteira dura", acrescentou.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, reconheceu nesta semana que há "apetite limitado" em Bruxelas para renegociar o acordo, mas se mostrou confiante em conseguir as mudanças necessárias para aprovar um pacto revisado.

May se reuniu ontem pela primeira vez com o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, para abordar a crise do "brexit".

Os conservadores eurocéticos e os deputados do norte-irlandês Partido Democrático Unionista (DUP) temem que a salvaguarda ou "garantia" irlandesa obrigue o Reino Unido a seguir integrado nas estruturas comunitárias até que seja firmado um novo acordo comercial que evite qualquer alfândega entre as duas Irlandas, algo que pode demorar vários anos para se materializar.

O Reino Unido tem fixada a data de 29 de março para o "brexit", dois anos depois de ativar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que fixa um período de 24 meses de negociações para a saída de um Estado membro.

Londres ativou esse artigo depois que os britânicos votaram a favor do brexit no referendo europeu realizado em 23 de junho de 2016.

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