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Regime de Mianmar promete transferir o poder pacificamente

Suu Kyi propôs conversações aos principais dirigentes do país, no momento em que a apuração parcial aponta uma vitória histórica de seu partido


	Eleições em Mianmar: "Como governo, nós nos submetemos à escolha dos eleitores, e transferiremos o poder pacificamente"
 (Lauren DeCicca/ Getty Images)

Eleições em Mianmar: "Como governo, nós nos submetemos à escolha dos eleitores, e transferiremos o poder pacificamente" (Lauren DeCicca/ Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2015 às 09h13.

O governo de Mianmar prometeu nesta quarta-feira transferir o poder pacificamente se for confirmada a vitória do partido da opositora Aung San Suu Kyi nas eleições do último domingo.

"Como governo, nós nos submetemos à escolha dos eleitores, e transferiremos o poder pacificamente" anunciou o ministro da Informação, Ye Htut.

Suu Kyi propôs nesta quarta-feira conversações aos principais dirigentes do país, no momento em que a apuração parcial aponta uma vitória histórica de seu partido nas eleições legislativas de domingo passado.

"Os cidadãos expressaram sua vontade nas eleições", escreveu em uma carta dirigida ao comandante do exército, Min Aung Hlaing, ao presidente Thein Sein e ao influente presidente do Parlamento, Shwe Mann.

"Desejo convidá-los a discutir a reconciliação na próxima semana, quando for conveniente", completa a o texto, divulgado pelo partido da vencedora do Nobel da Paz, a Liga Nacional para a Democracia (LND).

Os resultados das eleições são divulgados a conta-gotas, mas a LND vence por ampla margem.

O partido conquistou 56 das 61 cadeiras na câmara baixa do Parlamento nos resultados publicados nesta quarta-feira, o que significa que a LND venceu 90% das vagas nas duas câmaras nos resultados divulgados até o momento.

Uma mudança está em marcha no país, ao menos em tese, mas os seguidores de Aung San Suu Kyi estão inquietos com a possível reação do exército a uma derrota gigantesca nas urnas.

Nas últimas eleições nacionais consideradas livres, em 1990, a junta militar permitiu a participação da LND, que venceu, mas os resultados não foram reconhecidos.

Depois de décadas de poder militar e após o governo dominado pelos herdeiros da junta, que começou com as reformas adotadas em 2011, a vitória da LND representaria uma revolução completa e inédita na vida política de Mianmar.

Aung San Suu Kyi, ícone do movimento democrático, conservou o cargo de deputada no Parlamento pela circunscrição de Kawhmu. Ela foi eleita pela primeira vez nas legislativas parciais de 2012, nas quais a LND conquistou uma grande vitória.

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