A Francis Scott Key é uma das pontes mais importantes dos EUA (AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 27 de março de 2024 às 15h45.
Última atualização em 27 de março de 2024 às 15h55.
A reconstrução da ponte Francis Scott Key, destruída após a colisão de um navio cargueiro, deve demorar anos e consumir milhões de dólares, segundo relataram especialistas ao jornal americano The Washington Post. A remoção dos destroços das águas deve ser mais rápida, mas ainda assim deve demorar alguns meses.
"Eu ficaria chocado se fossem semanas. Mas não acho que levaria nem um ano. Certamente existe essa tecnologia para retirar o aço o mais rápido possível", disse, ao jornal americano, Benjamin W. Schafer, professor de engenharia civil da Universidade Johns Hopkins. "Já vivi vários projetos de infraestrutura civil (...). Raramente duram menos de dez anos."
Já para Atorod Azizinamini, professor de engenharia da Universidade Internacional da Flórida, a construção da ponte pode ser mais rápida e durar dois anos e meio, caso o cronograma-padrão desse tipo de operação não seja seguido.
"As coisas podem acontecer muito rápido aqui porque todos sabem que o mundo está observando", disse ele ao Washington Post, citando a promessa do presidente Joe Biden de financiar a reconstrução da obra
Erguida nos anos 1970, a Francis Scott Key demorou cinco anos para ser construída. Na época, foram gastos US$ 60,3 milhões, o equivalente, atualmente, a cerca de US$ 316 milhões (R$ 1,5 bilhão).
"Eu ficaria chocado se não forem gastos pelo menos centenas de milhões de dólares."
Investigações sobre o colapso que levou o navio Dali a colidir com a ponte vão apurar se a presença de combustível sujo pode ter sido a causa da perda de energia da embarcação. Segundo o canal de televisão americano Fox News, um dos oficiais a bordo do navio relatou que um dos motores "tossiu" e parou em seguida. Neste momento, de acordo com o homem, “o cheiro de combustível queimado estava por toda parte na sala de máquinas”.
Combustível contaminado é uma das causas possíveis para apagões em navios, de acordo com o arquiteto naval Fotis Pagoualtos. À Fox News, o profissional explicou que um apagão completo pode resultar na perda de propulsão do navio. Nesse caso, os geradores podem até funcionar, mas não conseguem realizar todas as funções.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Baltimore, havia muito óleo diesel na água, ao redor do navio, após o incidente. Não se sabe, no entanto, quanto combustível pode ter vazado na água, e nenhum relato de poluição significativo foi observado.