Mundo

Putin traz para a atualidade o conflito da Transnístria

Russo trouxe para a atualidade o conflito na região separatista da Moldávia em sua conversa com Obama


	Guardas ucranianos na fronteira do país com a Moldávia, na região da Transnístria, perto de Odessa
 (Yevgeny Volokin/Reuters)

Guardas ucranianos na fronteira do país com a Moldávia, na região da Transnístria, perto de Odessa (Yevgeny Volokin/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de março de 2014 às 11h43.

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, trouxe para a atualidade o conflito na região separatista da Moldávia, a Transnístria, em sua conversa telefônica com seu colega americano, Barack Obama.

"A Rússia defende uma resolução do problema da Transnístria que seja justa e mutuamente aceitável", disse ontem à noite Putin a Obama, informou o Kremlin em comunicado.

Segundo a nota oficial, "a Rússia está interessada no trabalho efetivo do atual formato de negociações 5+2", que reúne a Moldávia, a Transnístria e cinco mediadores internacionais: Rússia, Ucrânia, Estados Unidos, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e a União Europeia (UE).

Além disso, Putin lembrou Obama sobre "o bloqueio externo ao qual a Transnístria está submetida, o que dificulta notavelmente as condições de vida dos moradores da região, dificulta seus movimentos, o comércio e a atividade econômica".

Em relação ao tema, o primeiro-ministro da Moldávia, Iurie Leanca, disse ontem que está preocupado com possíveis provocações por parte das autoridades separatistas de Transnístria, uma vez que essa região faz fronteira com a Ucrânia.

"Existe a região da Transnístria onde pode haver conflitos. Apoiamos o diálogo e confiamos na responsabilidade por parte das autoridades da Transnístria para evitar uma possível desestabilização da situação. Um novo foco de tensão não interessa a ninguém agora", assinalou.

A Transnístria tem mais da metade de sua população formada por russos e ucranianos, uma situação semelhante a da república autônoma da Crimeia, na Ucrânia, onde 60% de seus habitantes são russos e que passou a fazer parte da Federação Russa na semana passada.

Assim como aconteceu na Crimeia no dia 16 de março, a Transnístria realizou em 2006 um referendo no qual 96% dos eleitores apoiaram sua independência para uma posterior incorporação à Rússia.

Essa região, situada na margem esquerda do rio Dniester, rompeu seus laços com a Moldávia há 20 anos após uma violenta guerra civil na qual contou com a ajuda da Rússia.

Desde o final daquele conflito, que causou a morte de centenas de pessoas, a Moldávia defende a integração dos dois territórios separados pelo rio Dniester, o que os separatistas sempre rejeitaram.

A Rússia, que conta com 1.350 soldados na região desde 1993, defende a integridade territorial da Moldávia, mas também a concessão de um status especial à Transnístria como condição para a resolução do problema.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrise políticaEuropaPolíticosRússiaVladimir Putin

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia