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Putin ameaça entregar armas de longo alcance a países em conflito com potências ocidentais

O presidente russo também afirmou que tal ação por parte dos aliados de Kiev poderá minar ainda mais a segurança internacional e levar a 'problemas muito sérios'

Vladimir Putin, presidente da Rússia (AFP)

Vladimir Putin, presidente da Rússia (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 5 de junho de 2024 às 20h10.

O presidente russo, Vladimir Putin, criticou nesta quarta-feira a entrega de armas de longo alcance pelo Ocidente à Ucrânia, país com o qual trava uma guerra desde fevereiro de 2022, argumentando que se trata de um "passo perigoso" e que Moscou poderia fornecer armas semelhantes a outros países para atacar alvos ocidentais em resposta. O presidente também afirmou que tal ação por parte dos aliados ocidentais de Kiev poderá minar ainda mais a segurança internacional e levar a "problemas muito sérios", apesar de ter declarado que não tem intenção de atacar países da Otan.

— Se alguém acha que é possível fornecer tais armas a uma zona de guerra para atacar o nosso território e criar problemas para nós, por que não temos o direito de fornecer armas do mesmo tipo para algumas regiões do mundo onde possam ser usadas para lançar ataques contra instalações sensíveis dos países que fazem isso com a Rússia? — disse Putin numa coletiva de imprensa com representantes de meios de comunicação estrangeiros, a primeira desde a sua posse no mês passado para um quinto mandato.

O recado, segundo a Associated Press, foi especificamente direcionado à Alemanha, que recentemente se juntou aos Estados Unidos ao autorizar a Ucrânia a atingir alvos em solo russo com as armas de longo alcance fornecidas a Kiev.

Putin também afirmou que as entregas de tanques alemães à Ucrânia foram um choque para muitos na Rússia, relatou a AP.

— Agora, se usarem mísseis para atacar instalações no território russo, isso arruinará completamente as relações russo-alemãs — disse o presidente.

Apesar das declarações do presidente russo, ele afirmou posteriormente que "não tem ambições imperiais" e não prevê atacar países-membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, liderada por Washington).

— Não procurem o que não existe [...], não procurem nossas ambições imperiais. Elas não existem — declarou Putin, classificando como "bobagens" as acusações de que Moscou tem a intenção de atacar a Aliança Atlântica.

Armas ocidentais

Na última quinta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, suspendeu as restrições para que a Ucrânia usasse armas fornecidas por Washington contra alvos em território russo, mas apenas para defender a região de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana e que está sob intensos ataques.

Um dia antes da decisão, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse aos repórteres que viajavam com ele na Moldávia que Washington "se adaptaria e se ajustaria" às condições do campo de batalha, ao responder a uma pergunta sobre se Biden permitiria que a Ucrânia usasse armas fabricadas nos Estados Unidos para atacar a Rússia. Foi uma forte sugestão de que o presidente estava tomando a decisão de dar permissão à Kiev.

O Pentágono está encarregado de dar à Ucrânia as diretrizes exatas do que pode atacar na Rússia, disseram autoridades americanas. Além da artilharia e dos lançadores de mísseis, os ucranianos estão preocupados com o fato de os aviões russos lançarem bombas planadoras (munições simples equipadas com barbatanas) em Kharkiv de dentro do espaço aéreo russo.

As autoridades ucranianas, por sua vez, dizem que querem usar armas fabricadas nos Estados Unidos para atacar aeronaves russas no espaço aéreo russo e bases aéreas dentro da Rússia.

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