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Protestos no Kuwait visam saída do primeiro-ministro

Organizadores do protesto querem a substituição do primeiro-ministro e alguns exigem a indicação de um político que não seja da mesma família

Nasser al Sabah, em viagem ao Brasil, em 2010

Nasser al Sabah, em viagem ao Brasil, em 2010

DR

Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 15h08.

Kuweit - Grupos de jovens kuweitianos tomarão as ruas na terça-feira para exigir a queda do primeiro-ministro e por mais liberdade política no país do Golfo Pérsico, o quarto maior exportador mundial de petróleo.

Inspirados pelos levantes árabes no Oriente Médio e no norte da África que derrubaram os líderes da Tunísia e do Egito, os protestos aumentarão a pressão por reformas políticas.

Os organizadores do protesto querem a substituição do primeiro-ministro, o xeque Nasser al-Mohammad al-Sabah, e alguns deles exigem a indicação de um político que não seja na família de al-Sabah, que vem governando o Kuweit há cerca de 250 anos.

"Também distribuiremos melancias aos parlamentares enquanto eles estiverem entrando no Parlamento na terça-feira, como símbolo do caos e da insatisfação com o desempenho deles", disse Mubarak Alhaza, membro do movimento de jovens Kafi (Basta), à Reuters.

O Kuweit abriga o Parlamento mais ativo da região do Golfo, mas não permite a existência de partidos políticos. O Parlamento é formado por indivíduos que formam blocos frouxos.

Shafiq Ghabra, professor de ciência política da Universidade do Kuweit, afirmou que espera que os protestos de terça-feira sejam mais calmos dos que ocorreram em outros países do Golfo.

"Estamos falando sobre reformas nos direitos políticos, na governança, no gabinete e na educação. Em cada país, o movimento tem uma natureza diferente. No Kuweit, o movimento não é para acabar com o regime, mas reformar a política", disse Ghabra.

O primeiro-ministro, sobrinho do governante, já sobreviveu a duas moções de não-cooperação no Parlamento desde que foi indicado pelo emir em 2006. Todos as outras pastas importantes, como Defesa, Interior e Relações Exteriores, também são comandadas pelos al-Sabahs. O emir tem a palavra final sobre todas as questões políticas.

"Achamos que esta é a hora para essa mudança, que permitirá uma correção nas políticas de tomada de decisão", disse Abdullah al-Neibari, do bloco liberal Fórum Democrático.
 

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