Promotor egípcio quer pena de morte para Mubarak
O ex-presidente é responsável pelo assassinato de manifestantes na revolta contra seu regime
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 12h09.
Cairo - O promotor Mustafah Khater pediu nesta quinta-feira a pena de morte para o ex-presidente do Egito Hosni Mubarak, acusado de ser responsável pelo assassinato de manifestantes na revolta contra seu regime.
"A lei prevê a pena de morte para o assassinato premeditado", declarou Khater ao fim de sua exposição nesta quinta-feira no tribunal do Cairo onde o ex-chefe de Estado é julgado.
"O presidente da República é responsável pela proteção do povo. A questão não é apenas se ele ordenou a morte dos manifestantes, mas saber por que ele não atuou para interromper a violência", afirmou em seguida o chefe da promotoria, Mustafah Suleiman.
"Como o presidente da República poderia não estar a par das manifestações que começaram em 25 de janeiro em 12 localidades em várias cidades?", completou o promotor, ao rejeitar as alegações de que Mubarak não foi informado sobre a gravidade da situação.
Ele também argumentou que o então ministro do Interior Habib el-Adli, que também está sendo julgado, "não poderia ter dado a ordem de abrir fogo contra os manifestantes sem receber instruções de Mubarak".
Na véspera, Suleiman assegurou ter provas consistentes da implicação de Mubarak no assassinato de manifestantes, e denunciou a falta de cooperação das autoridades com o Ministério Público.
"A acusação confirmou que Mubarak, Adli e outras seis autoridades da segurança ajudaram e incitaram a disparar" contra a multidão que manifestava contra o ex-ditador, derrotado em fevereiro, disse o promotor.
Ele também acusou as novas autoridades egípcias de "se recusarem deliberadamente a cooperar com o Ministério Público" na investigação para determinar a responsabilidade de Mubarak.
Na terça-feira, o ex-chefe de Estado que exerceu o poder por três décadas, foi apresentado pelo promotor Suleiman como "um líder tirânico que tentou transferir o poder para seu filho Gamal".
"A gestão de Mubarak foi marcada pela corrupção. Abriu a porta a seus amigos e pessoas ligadas e arruinou o país sem prestar contas", acrescentou Suleiman.
Mubarak, de 83 anos, chegou na segunda-feira ao tribunal de ambulância para uma nova sessão de seu processo no Cairo.
O ex-presidente foi levado de maca até a sala do tribunal, tal como nas audiências anteriores deste processo reiniciado em 28 de dezembro, depois de três meses de suspensão.
Grupos de partidários e adversários do ex-homem forte egípcio lançaram palavras de ordem na entrada do tribunal.
O julgamento contra o ex-presidente que se deixou o cargo em 11 de fevereiro sob pressão de uma revolta popular começou em 3 de agosto. Mubarak está em prisão preventiva em um hospital militar no subúrbio do Cairo.
O presidente deposto é julgado por suposta responsabilidade nas ordens de atirar contra a multidão durante os protestos do começo de 2011 e que oficialmente deixaram 850 mortos. Caso seja considerado culpado, Mubarak pode ser condenado à pena de morte.
O ex-ministro do Interior, Habib el Adli, e seis de seus assessores são julgados ao mesmo tempo em que Mubarak por estas acusações.
Mubarak também é acusado de corrupção, acusações que também atingem seus filhos, Alaa e Gamal, também submetidos a julgamento.
As últimas audiências do processo ocorreram em setembro. O processo foi, depois, suspenso devido a uma demanda recusada pelo presidente da corte, o juiz Ahmed Refaat, considerado parcial pela acusação. Finalmente, o magistrado foi mantido, permitindo o reinício do processo.
Nos últimos meses, a suspensão das audiências, as eleições legislativas e os recentes atos de violência relegaram a sorte do ex-presidente a segundo plano.
* Matéria atualizada às 13h08
Cairo - O promotor Mustafah Khater pediu nesta quinta-feira a pena de morte para o ex-presidente do Egito Hosni Mubarak, acusado de ser responsável pelo assassinato de manifestantes na revolta contra seu regime.
"A lei prevê a pena de morte para o assassinato premeditado", declarou Khater ao fim de sua exposição nesta quinta-feira no tribunal do Cairo onde o ex-chefe de Estado é julgado.
"O presidente da República é responsável pela proteção do povo. A questão não é apenas se ele ordenou a morte dos manifestantes, mas saber por que ele não atuou para interromper a violência", afirmou em seguida o chefe da promotoria, Mustafah Suleiman.
"Como o presidente da República poderia não estar a par das manifestações que começaram em 25 de janeiro em 12 localidades em várias cidades?", completou o promotor, ao rejeitar as alegações de que Mubarak não foi informado sobre a gravidade da situação.
Ele também argumentou que o então ministro do Interior Habib el-Adli, que também está sendo julgado, "não poderia ter dado a ordem de abrir fogo contra os manifestantes sem receber instruções de Mubarak".
Na véspera, Suleiman assegurou ter provas consistentes da implicação de Mubarak no assassinato de manifestantes, e denunciou a falta de cooperação das autoridades com o Ministério Público.
"A acusação confirmou que Mubarak, Adli e outras seis autoridades da segurança ajudaram e incitaram a disparar" contra a multidão que manifestava contra o ex-ditador, derrotado em fevereiro, disse o promotor.
Ele também acusou as novas autoridades egípcias de "se recusarem deliberadamente a cooperar com o Ministério Público" na investigação para determinar a responsabilidade de Mubarak.
Na terça-feira, o ex-chefe de Estado que exerceu o poder por três décadas, foi apresentado pelo promotor Suleiman como "um líder tirânico que tentou transferir o poder para seu filho Gamal".
"A gestão de Mubarak foi marcada pela corrupção. Abriu a porta a seus amigos e pessoas ligadas e arruinou o país sem prestar contas", acrescentou Suleiman.
Mubarak, de 83 anos, chegou na segunda-feira ao tribunal de ambulância para uma nova sessão de seu processo no Cairo.
O ex-presidente foi levado de maca até a sala do tribunal, tal como nas audiências anteriores deste processo reiniciado em 28 de dezembro, depois de três meses de suspensão.
Grupos de partidários e adversários do ex-homem forte egípcio lançaram palavras de ordem na entrada do tribunal.
O julgamento contra o ex-presidente que se deixou o cargo em 11 de fevereiro sob pressão de uma revolta popular começou em 3 de agosto. Mubarak está em prisão preventiva em um hospital militar no subúrbio do Cairo.
O presidente deposto é julgado por suposta responsabilidade nas ordens de atirar contra a multidão durante os protestos do começo de 2011 e que oficialmente deixaram 850 mortos. Caso seja considerado culpado, Mubarak pode ser condenado à pena de morte.
O ex-ministro do Interior, Habib el Adli, e seis de seus assessores são julgados ao mesmo tempo em que Mubarak por estas acusações.
Mubarak também é acusado de corrupção, acusações que também atingem seus filhos, Alaa e Gamal, também submetidos a julgamento.
As últimas audiências do processo ocorreram em setembro. O processo foi, depois, suspenso devido a uma demanda recusada pelo presidente da corte, o juiz Ahmed Refaat, considerado parcial pela acusação. Finalmente, o magistrado foi mantido, permitindo o reinício do processo.
Nos últimos meses, a suspensão das audiências, as eleições legislativas e os recentes atos de violência relegaram a sorte do ex-presidente a segundo plano.
* Matéria atualizada às 13h08