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Primeiro-ministro desertor diz que regime sírio está ruindo

Segundo Riad Hiyab, o governo não controla mais de 30% do território do país


	Riad Hiyab: o regime só se sustenta graças à "opressão", enquanto o fosso entre governo e população está cada vez maior
 (Louai Beshara/AFP)

Riad Hiyab: o regime só se sustenta graças à "opressão", enquanto o fosso entre governo e população está cada vez maior (Louai Beshara/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2012 às 09h45.

Amã - O ex-primeiro-ministro sírio Riad Hiyab, que desertou recentemente e se refugiou na Jordânia, disse nesta terça-feira em Amã que o regime do presidente Bashar al Assad está desmoronando "moral, econômica e militarmente" e não controla mais de 30% do território do país.

Em sua primeira entrevista coletiva após deixar o governo sírio, Hiyab pediu união dos opositores no exílio e que os oficiais do Exército de Assad se somem à revolução.

O primeiro-ministro disse que desertou de forma voluntária e negou que tenha sido destituído, como afirmou Damasco.

Fontes governamentais jordanianas anunciaram que Hiyab entrou na Jordânia em 8 de agosto, dois dias depois da televisão síria anunciar que seu mandato foi cassado.

"As brigadas do Exército Livre Sírio desempenharam um papel importante na minha saída da Síria", destacou o ex-primeiro-ministro, em referência aos rebeldes que o ajudaram a escapar do cerco militar montado pelo regime após sua deserção.

Hiyab se declarou "inocente" do regime corrupto e disse que deixou o governo para servir à pátria e por estar insatisfeito. Além disso, prometeu ser "um soldado fiel de seu país entre os revolucionários" e afirmou que não deseja cargos no futuro.

Para o ex-primeiro-ministro, o regime só se sustenta graças à "opressão", enquanto o fosso entre governo e população está cada vez maior.

"O governo não era capaz de satisfazer as esperanças do povo e parecia que eu estava contra o povo, mas só Deus sabe o que sofria quando escutava informações de bombardeios nas cidades", revelou Hiyab.

O desertor agradeceu o apoio do rei jordaniano, Abdullah II, assim como da Arábia Saudita, Catar e Turquia, a quem pediu que sigam apoiando a revolução na Síria. 

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