Recep Tayyp Erdogan: navegadores muçulmanos alcançaram o continente americano no século XII, segundo Erdogan (Ilmars Znotins/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2014 às 11h55.
Istambul - O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, defendeu neste sábado a legalidade do controverso processo contra seus opositores, incluindo o diretor de uma emissora de oposição e o imã Fethullah Gülen, seu grande rival.
"Acompanhei de perto o processo como presidente deste país. Tudo é legal e de acordo com os procedimentos (...) acontece neste momento um processo limpo e diligente", disse Erdogan.
"A polícia e o Judiciário não estão repetindo os erros do passado", completou.
A justiça turca indiciou na sexta-feira por terrorismo o diretor de um canal de televisão de oposição e emitiu uma ordem de detenção contra o imã Fethullah Gülen, ex-aliado de Erdogan.
A promotoria acusa o imã, de 73 anos e que mora desde 1999 nos Estados Unidos, de liderar um grupo criminoso, segundo a agência estatal de notícias Anatolia.
Gülen também é acusado de liderar uma organização "terrorista", segundo uma cópia do documento divulgado pela imprensa turca.
Quase 30 pessoas - entre jornalistas, policiais, roteiristas e diretores - foram detidos no fim de semana passado para interrogatórios, por supostos vínculos com Gülen.
Erdogan defendeu a detenção de jornalistas como parte da investigação e afirmou que alguns deles exercem a profissão como uma"máscara", para acobertar outras atividades.
As detenções foram criticadas pela União Europeia (UE).
"A Turquia não é o porteiro da UE", disse Erdogan no discurso.
Ele também ironizou a rapidez com que a UE criticou a Turquia, ao contrário dos "50 anos que a Turquia espera" para ser membro da União Europeia.