López Obrador: presidente disse que opção de transformar conclusão das obras em concessão privada ainda estava em aberto (Henry Romero/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de agosto de 2018 às 19h23.
Cidade do México - Andrés Manuel López Obrador, presidente eleito do México, adiou nesta sexta-feira a decisão sobre a conclusão de um novo aeroporto na Cidade do México, dizendo que os cidadãos devem dar a última palavra sobre o destino do terminal de 13 bilhões de dólares, ao qual o novo governante se opôs inicialmente.
López Obrador disse que o projeto foi contaminado pela corrupção antes de sua vitória nas eleições de 1º de julho, e sugeriu que uma base militar já existente ao norte da capital seja utilizada como novo aeroporto.
No entanto, uma parcela significativa do ambicioso projeto já foi concluída, tornando a decisão de rejeitar o aeroporto potencialmente cara para López Obrador, que se comprometeu a reprimir o desperdício público e a cuidar das finanças do país.
Durante uma coletiva de imprensa, López Obrador disse que a opção de transformar a conclusão das obras em uma concessão privada ainda estava em aberto, a fim de reduzir o risco para o contribuinte, conforme ele e seu ministro dos Transportes, Javier Jimenez Espriu, apresentaram seus planos.
Jimenez disse que após discussões com especialistas e analisar as duas opções --terminar o projeto atual ou adaptar a base militar-- uma consulta nacional seria realizada na última semana de outubro para decidir o caminho a ser seguido.
"O resultado será vinculativo e, com base nisso, a decisão definitiva será tomada", disse Jimenez.
A decisão de López Obrador sobre o aeroporto se tornou um teste decisivo de seu pragmatismo econômico e das relações com os líderes empresariais, que apoiaram fortemente o projeto existente.
Contratos no valor de bilhões de dólares foram concedidos para o aeroporto, que visa aliviar a capacidade do terminal atual da capital e melhorar a conectividade.
O projeto, que é o maior plano de obras públicas em curso no México, foi projetado pelo arquiteto britânico Norman Foster e pelo genro do magnata mexicano Carlos Slim, cuja família também participa do financiamento e da construção do aeroporto.