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Presidente do Banco do Vaticano é destituído

A destituição do dirigente italiano, de 67 anos, foi decidida por unanimidade pelos membros do Conselho de Supervisão

Os membros do conselho de supervisão do IOR ''estão entristecidos com os eventos que levaram ao voto de censura'' (AFP)

Os membros do conselho de supervisão do IOR ''estão entristecidos com os eventos que levaram ao voto de censura'' (AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2012 às 19h49.

Cidade do Vaticano - O presidente do Instituto para as Obras de Religião (IOR) - conhecido como Banco do Vaticano -, Ettore Gotti Tedeschi, foi destituído nesta quinta-feira pelo Conselho de Supervisão da entidade, confirmou o escritório de imprensa da Santa Sé em comunicado.

A destituição do dirigente italiano, de 67 anos, foi decidida por unanimidade pelos membros do Conselho de Supervisão, ''por não ter desenvolvido várias funções de primeira importância para seu cargo'', acrescenta o comunicado.

''Durante uma sessão ordinária deste Conselho de Supervisão do IOR, realizada em 24 de maio de 2012 às 14h, este conselho adotou uma moção de censura contra o presidente Gotti Tedeschi e pediu o fim de seu mandato como titular e membro do conselho'', assinalou o IOR em comunicado divulgado pelo escritório de imprensa.

Os membros do conselho de supervisão do IOR - prossegue o comunicado - ''estão entristecidos com os eventos que levaram ao voto de censura, mas consideram que esta ação é importante para manter a vitalidade do instituto''.

O IOR, ressalta a nota, ''olha para frente'' e já busca um novo ''e excelente presidente que ajude a recuperar eficazes e amplas relações entre o IOR e a comunidade financeira baseadas no mútuo respeito dos padrões bancários internacionalmente aceitos''.

Nesta sexta-feira haverá uma reunião da comissão cardinalícia que controla o IOR para analisar a decisão do conselho e decidir os passos a seguir.


Gotti Tedeschi está sendo investigado pela procuradoria de Roma desde setembro do ano passado por suposta violação das normas sobre a prevenção da lavagem de dinheiro. Junto a ele também é alvo de investigações o diretor-geral do IOR, Paolo Cipriani.

A procuradoria indaga duas operações bancárias que previam a transferência de 20 milhões de euros à JP Morgan de Frankfurt e de outras três entidades à Banca del Fucino.

Segundo os investigadores, os dois dirigentes do IOR não forneceram as informações necessárias impostas pela normativa contra a lavagem de capitais.

O IOR, com sede na Cidade do Vaticano, foi fundado pelo papa Pio XII em 1942 e tem personalidade jurídica própria. No início dos anos 1980, o banco vaticano se viu envolvido no escândalo da quebra do Ambrosiano, de Roberto Calvi, que se enforcou debaixo de uma ponte de Londres em 1982. O IOR foi reformado em 1989 pelo papa João Paulo II.

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