Mundo

Premiê da Espanha enfrenta crise política após sua mulher ser investigada por corrupção

Begoña Gómez também é investigada por suspeitas de tráfico de influência

O tribunal de Madri diz que a investigação sobre Begona Gomez deve-se a um suposto "tráfico de influência e corrupção" (Hazel WARD, Valentin BONTEMPS/AFP)

O tribunal de Madri diz que a investigação sobre Begona Gomez deve-se a um suposto "tráfico de influência e corrupção" (Hazel WARD, Valentin BONTEMPS/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 24 de abril de 2024 às 16h55.

Tudo sobreEuropa
Saiba mais

O presidente do Governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, viu-se nesta quarta-feira, 24, no centro das atenções da oposição ao saber que a sua esposa será investigada por suposta "corrupção" devido a uma denúncia apresentada por um coletivo próximo à extrema direita.

Um tribunal de Madri abriu uma investigação preliminar sobre a esposa do presidente do Governo, Begoña Gómez, por suspeitas de tráfico de influência e corrupção.

Em um breve comunicado, o Tribunal Superior de Justiça de Madri (TSJM) anunciou que um tribunal municipal abriu uma "investigação pela suposta prática dos crimes de tráfico de influência e corrupção empresarial contra Begoña Gómez".

O TSJM indicou que a investigação foi aberta em 16 de abril e que o processo é "secreto".

Questionado no Congresso dos Deputados sobre a investigação, Sánchez respondeu que confia na Justiça.

"Em um dia como hoje, e depois das notícias que tive, apesar de tudo, continuo acreditando na Justiça do meu país", disse o líder socialista.

Plano de resgate da Air Europa

A decisão do tribunal foi anunciada poucas horas depois de o veículo digital "El Confidencial" ter publicado uma notícia afirmando que os investigadores estavam examinando os vínculos de Gómez com diversas empresas privadas que acabaram recebendo fundos e contratos públicos do governo.

"El Confidencial" afirma que a investigação está relacionada com os supostos vínculos de Gómez com o grupo turístico espanhol Globalia, proprietário da companhia aérea Air Europa, em um momento em que mantinha negociações com o governo para obter um resgate em grande escala para a empresa, gravemente afetada pela queda no tráfego aéreo devido à pandemia do coronavírus.

Naquele momento, Gómez dirigia o IE Africa Center, fundação ligada à escola de negócios Instituto de Empresa (IE), cargo que deixou em 2022.

"El Confidencial" afirma que o "IE Africa Center de Begoña Gómez assinou um acordo de patrocínio com a Globalia em 2020" e que a esposa do presidente do Governo "reuniu-se em particular com o CEO da holding turística, Javier Hidalgo, nos próprios escritórios da empresa".

"Nas mesmas datas, a Globalia estava negociando um resgate milionário com o Governo", acrescentou o veículo.

De fato, em novembro de 2020, o governo de Sánchez ofereceu uma linha de ajuda de 475 milhões de euros (US$ 507 milhões de dólares ou R$ 2,7 bilhões,  na cotação da época) à Air Europa, procedente de um fundo de 10 bilhões de euros destinado a apoiar empresas estratégicas em dificuldades devido à pandemia. A empresa espanhola foi a primeira a se beneficiar deste fundo.

Nesta quarta-feira, a oposição de direita afirmou, por meio de Ester Muñoz, membro da direção do Partido Popular (PP, direita), que é "urgente" que o presidente do Governo dê "explicações". "Tudo é muito grave e tudo acabará vindo à tona", alertou o porta-voz do partido, Borja Sémper.

Acompanhe tudo sobre:EspanhaCorrupção

Mais de Mundo

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano