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Prefeito chileno dá dinheiro a moradores e cria polêmica

O porta-voz afirmou que o dinheiro é tirado do bolso de Garrido e disse que ''a maioria das pessoas que o recebe não tem carteira de identidade, portanto, não votam''

Pessoas fazem fila em frente à Prefeitura de Independência, no Chile, para ganharem dinheiro (Reprodução)

Pessoas fazem fila em frente à Prefeitura de Independência, no Chile, para ganharem dinheiro (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2012 às 20h55.

Santiago (Chile) - O prefeito da cidade chilena de Independencia, Antonio Garrido, reconheceu que presenteia os moradores da cidade com dinheiro após serem divulgados vídeos na internet nos quais pessoas fazem fila em frente à Prefeitura para receber o ''benefício''.

Garrido é um ex-boxeador, membro do partido conservador Renovação Nacional, e está à frente da Prefeitura da cidade há 16 anos. No vídeo, divulgado a dois meses das eleições municipais, o prefeito aparece dando mil pesos (R$ 4,20) às pessoas que faziam fila em frente ao prédio público.

''Isto é uma iniciativa própria do prefeito, que a realiza há aproximadamente 16 anos, quase todas as sextas-feiras, em frente à Prefeitura, nunca dentro'', afirmou à Agência Efe um porta-voz da Prefeitura.

No vídeo, é possível ver pessoas aparentemente comuns fazendo fila para receber o ''benefício'', embora, segundo a mesma fonte, o prefeito só entregue dinheiro ''a indígenas, bêbados e gente doente''.

O porta-voz afirmou que o dinheiro é tirado do bolso de Garrido e disse que ''a maioria das pessoas que o recebe não tem carteira de identidade, portanto, não votam''.

A prática foi criticada pelo candidato socialista à Prefeitura de Independencia, Gonzalo Durán, que nesta terça-feira informou que recorrerá à Controladoria do Estado para denunciar Garrido, com quem disputará as eleições de 28 de outubro.

''É muito degradante ver o prefeito brincando com a necessidade das pessoas, comprando voto na rua de maneira descarada e provocando um grande dano aos processos democráticos'', disparou Durán.


''É ridículo pensar que quero ganhar votos assim, com gente indigente, gente que é pobre, gente que tenho certeza que não vota. Eu faço porque está no meu coração ajudar o povo'', defendeu-se Garrido, em declarações à ''Radio Cooperativa''.

O prefeito, que se declara evangélico, ficou conhecido em 2005 por dizer que não poderia votar em Michelle Bachelet, então candidata à Presidência, por ela ser ''filha do diabo''.

Assista ao vídeo:

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