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Poroshenko denuncia 9 mil soldados russos na Ucrânia

O governo russo garantiu que os combatentes de seu país que podem estar nessa parte da Ucrânia estão por vontade própria e não seguem nenhuma instrução oficial

Poroshenko: conflito com Rússia é considerado uma das maiores ameaças geopolíticas atuais (Ruben Sprich/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 14h48.

Davos (Suíça) - O presidente da Ucrânia , Petro Poroshenko, disse nesta quarta-feira em Davos que podia confirmar, de acordo com informação da inteligência militar de seu país, que há nove mil soldados russos no leste ucraniano.

"Dados de nossa inteligência, confirmados por fontes independentes, indicam que há nove mil soldados, além de 500 tanques e artilharia pesada, no território da Ucrânia", denunciou em seu discurso na sessão inaugural do Fórum Econômico Mundial de Davos.

Se a Rússia cumprir com a retirada de seus soldados e armamento pesado a uma distância de 15 quilômetros desde a linha de separação estabelecida nos acordos assinados em Minsk em setembro, a Ucrânia teria "uma situação de completa estabilidade".

A Ucrânia se comprometeu também a retirar até a mesma distância seus soldados e armamento, o que não pôde fazer devido às constantes agressões dos grupos rebeldes, alegou Poroshenko.

A linha em questão passa pelas regiões orientais de Donetsk e Lugansk, onde há desde abril um conflito separatista protagonizado por grupos rebeldes que - segundo a Ucrânia, a União Europeia e os Estados Unidos - contam com o apoio da Rússia.

O governo russo garantiu que os combatentes de seu país que podem estar nessa parte da Ucrânia estão por vontade própria e não seguem nenhuma instrução oficial.

A situação da Ucrânia está muito presente na agenda desta 45º edição do Fórum Econômico Mundial de Davos, pois o conflito com a Rússia é considerado uma das maiores ameaças geopolíticas atuais.

O acordo para a cessação das hostilidades assinado no início de setembro foi descumprido e em dezembro chegaram a outro para "silenciar" as armas, que foi mais bem - embora não completamente - respeitado, mas que Poroshenko disse hoje ter sido quebrado pela Rússia.

Ele acusou diretamente o país de responsabilidade pelo ataque contra um ônibus registrado no último dia 13, que matou 11 civis e deixou 17 feridos.

"Foi um míssil russo operado por rebeldes apoiados pela Rússia que atingiu o ônibus", afirmou o presidente ucraniano.

Poroshenko apresentou um pedaço de metal amarelo que alegou ser parte desse ônibus e que estava repleto de buracos visivelmente causados por projéteis.

"Este é o símbolo do ataque terrorista contra meu país, como o de "Charlie Hebdo"", comentou Poroshenko, em referência ao atentado terrorista contra a revista francesa no último dia 7.

Em resposta a uma pergunta do moderador sobre a esperança que pode se depositar na reunião que acontecerá hoje em Berlim entre os ministros das Relações Exteriores de seu país junto com Rússia, França e Alemanha, Poroshenko não mostrou nenhum otimismo: "não temos nada a negociar".

"Tudo está negociado e assinado, só é preciso cumprir o cessar-fogo e a retirada das tropas e da artilharia", enfatizou.

"A Rússia diz que tem uma influência limitada nessa retirada, mas o que pedimos é que deixe de fornecer armamento e munição aos grupos rebeldes", acrescentou.

Sobre o apoio que espera da comunidade internacional nesta situação, o presidente pediu que facilitem à Ucrânia tecnologia militar de caráter defensivo.

Em entrevista à imprensa, Poroshenko considerou importante que os países ocidentais mantenham o atual nível de sanções contra a Rússia, já que a situação conflituosa no leste da Ucrânia não melhorou.

"As sanções não têm objetivo de piorar a situação na Rússia, mas são necessárias para deter a agressão e a escalada (da violência)", opinou.

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Davos (Suíça) - O presidente da Ucrânia , Petro Poroshenko, disse nesta quarta-feira em Davos que podia confirmar, de acordo com informação da inteligência militar de seu país, que há nove mil soldados russos no leste ucraniano.

"Dados de nossa inteligência, confirmados por fontes independentes, indicam que há nove mil soldados, além de 500 tanques e artilharia pesada, no território da Ucrânia", denunciou em seu discurso na sessão inaugural do Fórum Econômico Mundial de Davos.

Se a Rússia cumprir com a retirada de seus soldados e armamento pesado a uma distância de 15 quilômetros desde a linha de separação estabelecida nos acordos assinados em Minsk em setembro, a Ucrânia teria "uma situação de completa estabilidade".

A Ucrânia se comprometeu também a retirar até a mesma distância seus soldados e armamento, o que não pôde fazer devido às constantes agressões dos grupos rebeldes, alegou Poroshenko.

A linha em questão passa pelas regiões orientais de Donetsk e Lugansk, onde há desde abril um conflito separatista protagonizado por grupos rebeldes que - segundo a Ucrânia, a União Europeia e os Estados Unidos - contam com o apoio da Rússia.

O governo russo garantiu que os combatentes de seu país que podem estar nessa parte da Ucrânia estão por vontade própria e não seguem nenhuma instrução oficial.

A situação da Ucrânia está muito presente na agenda desta 45º edição do Fórum Econômico Mundial de Davos, pois o conflito com a Rússia é considerado uma das maiores ameaças geopolíticas atuais.

O acordo para a cessação das hostilidades assinado no início de setembro foi descumprido e em dezembro chegaram a outro para "silenciar" as armas, que foi mais bem - embora não completamente - respeitado, mas que Poroshenko disse hoje ter sido quebrado pela Rússia.

Ele acusou diretamente o país de responsabilidade pelo ataque contra um ônibus registrado no último dia 13, que matou 11 civis e deixou 17 feridos.

"Foi um míssil russo operado por rebeldes apoiados pela Rússia que atingiu o ônibus", afirmou o presidente ucraniano.

Poroshenko apresentou um pedaço de metal amarelo que alegou ser parte desse ônibus e que estava repleto de buracos visivelmente causados por projéteis.

"Este é o símbolo do ataque terrorista contra meu país, como o de "Charlie Hebdo"", comentou Poroshenko, em referência ao atentado terrorista contra a revista francesa no último dia 7.

Em resposta a uma pergunta do moderador sobre a esperança que pode se depositar na reunião que acontecerá hoje em Berlim entre os ministros das Relações Exteriores de seu país junto com Rússia, França e Alemanha, Poroshenko não mostrou nenhum otimismo: "não temos nada a negociar".

"Tudo está negociado e assinado, só é preciso cumprir o cessar-fogo e a retirada das tropas e da artilharia", enfatizou.

"A Rússia diz que tem uma influência limitada nessa retirada, mas o que pedimos é que deixe de fornecer armamento e munição aos grupos rebeldes", acrescentou.

Sobre o apoio que espera da comunidade internacional nesta situação, o presidente pediu que facilitem à Ucrânia tecnologia militar de caráter defensivo.

Em entrevista à imprensa, Poroshenko considerou importante que os países ocidentais mantenham o atual nível de sanções contra a Rússia, já que a situação conflituosa no leste da Ucrânia não melhorou.

"As sanções não têm objetivo de piorar a situação na Rússia, mas são necessárias para deter a agressão e a escalada (da violência)", opinou.

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