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Participação de mulheres no B20 Brasil chega a 43% e meta é alcançar 50% até 2030

Para a próxima edição do B20, na África do Sul, objetivo é uma participação mínima de 41% de mulheres na liderança e 45% entre as demais posições de todas as força-tarefa

Constanza Negri: sherpa do B20 defende maior participação feminina na tomada de decisões globais
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 25 de outubro de 2024 às 11h48.

Última atualização em 25 de outubro de 2024 às 11h48.

O aumento da participação de mulheres e o lançamento de plataformas de monitoramento de ações em sustentabilidade estão entre os legados da presidência brasileira noB20, grupo de representação do setor privado dos países que compõem o G20 e que é coordenado pela Confederação Nacional da Indústria ( CNI ) no Brasil. Os resultados alcançados no país e as plataformas serão apresentadas nesta sexta-feira, 25, no último dia do B20 Brasil Summi t, em São Paulo.

Em entrevista exclusiva à EXAME, a sherpa do B20, Constanza Negri, afirmou que a presença de mulheres como chairs e co-chairs das forças-tarefas passou de 24%, na liderança da Índia, para 39% na liderança brasileira. Entre os 1.200 representantes do setor privado envolvidos nas discussões do B20, 43% eram mulheres, um salto de 14 pontos percentuais.

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“Para nós foi um desafio ter todas as mulheres nas lideranças dos grupos. Vamos convidar parceiros internacionais que detêm essas redes de mulheres para que se comprometam em manter em alta a participação feminina para além do B20 que será realizado pela África do Sul”, diz Negri.

Meta para 2030

A meta, segundo Negri, é aumentar gradativamente esse percentual até que as mulheres representem 50% dos participantes do B20 em 2030. O objetivo é elevar, a cada ano, a participação de mulheres nas forças-tarefa em pelo menos dois pontos percentuais entre as lideranças e em um ponto percentual para demais integrantes.

Para a próxima edição do B20, na África do Sul, isso significa uma participação mínima de 41% de mulheres na liderança e 45% entre as demais posições de todas as força-tarefa.

LEIA MAIS:Aumentar participação feminina no mercado de trabalho pode turbinar PIB global, diz Banco Mundial

Além disso, o B20 se associou ao Grupo de Trabalho de Comércio e Investimento do G20 para contribuir com o desenvolvimento de políticas comerciais que abordem a disparidade de gênero.

A cooperação conjunta vai fomentar a produção de conhecimento e a defesa de uma política comercial inclusiva projetada para aumentar a participação das mulheres no comércio internacional.

Legado climático e uso ético da IA

O B20 também lançará um portal de acesso público na internet com as recomendações climáticas. A meta é contribuir com os esforços dos formuladores de políticas para projetar e implementar estratégias climáticas, exibindo as soluções de políticas mais eficazes que podem ser replicadas nos países para reduzir as emissões de carbono.

Em outra frente, será lançado o Centro de Excelência em Carbono. O portal tem como objetivo apoiar empresas e governos para escalar o mercado de carbono. O B20 espera aumentar a colaboração global para o estabelecimento de um mecanismo de carbono aceito mundialmente, alinhado às diretrizes do Acordo de Paris para redução de emissão dos gases poluentes.

De olho no desenvolvimento global sobre a inteligência artificial, o B20 também lançará uma plataforma com a posição do grupo sobre e melhores práticas para aplicação responsável que visa o crescimento da produtividade.

Ações voltadas à segurança alimentar

A iniciativa funcionará como um Global Challenge, que vai identificar os projetos que abordam os desafios globais mais críticos relacionados à perda e desperdício de alimentos e promover soluções do setor privado e o fomento à colaboração público-privada. As melhores práticas serão concentradas em uma plataforma on-line de acesso público.

A força-tarefa de Sistemas Alimentares Sustentáveis e Agricultura do B20 Brasil se concentrou em criar recomendações e métodos para acompanhamento da implementação de políticas públicas que promovam uma agricultura mais sustentável. De acordo com dados da ONU,14% dos alimentos do mundo (avaliados em 400 bilhões de dólares) são perdidos anualmente e 70% são desperdiçados.

Cerca de 2,4 bilhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar, sendo que entre 30% e 35% sofrem de fome severa. A situação poderia ser resolvida com uma melhor distribuição da produção. O sistema agrícola em todo o mundo produz alimentos suficientes para até 10 bilhões de pessoas, segundo o Fórum Econômico Mundial.

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