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Parlamento elege presidente; Exército avança em Tikrit

Deputados iraquianos elegeram Salim al-Juburi presidente do Parlamento, depois de uma tentativa e dois adiamentos em função das divisões da classe política

Salim al-Juburi: paralelamente, as forças de segurança iraquianas avançam (Ali Al-Saadi/AFP)
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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 12h46.

Bagdá - Deputados iraquianos elegeram nesta terça-feira Salim al-Juburi presidente do Parlamento, depois de uma tentativa e dois adiamentos em função das divisões da classe política, um passo essencial no combate aos insurgentes sunitas .

Paralelamente, as forças de segurança iraquianas avançaram em Tikrit, controlada desde 11 de junho pelos insurgentes, e retomaram a parte sul da cidade, em uma rara vitória desde o início da ofensiva lançada em 9 de junho pelos extremistas do Estado Islâmico .

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Em Bagdá, a eleição do presidente do Parlamento, cargo tradicionalmente ocupado por sunitas, deve abrir o processo de formação do governo em um momento de grave crise política no país desde que os insurgentes sunitas lançaram sua ofensiva no início de junho e se apoderaram de inúmeros territórios.

O presidente interino da assembleia, Mahdi Hafez, anunciou que Juburi, deputado de Dijilah, no leste do país, que se apresentou em uma lista independente, recebeu 194 dos 273 votos.

A maioria dos votos foi invalidada e o adversário, um obscuro candidato de uma lista laica, recebeu apenas 19 votos.

Em 1º de julho, a primeira sessão parlamentar foi encerrada em meio a desordem, com deputados deixando a sala. Depois, duas outras reuniões foram adiadas por falta de acordo entre os diferentes grupos políticos.

Eleição do fututo presidente

Várias capitais estrangeiras, a ONU ou ainda a grande aiatolá Ali al-Sistani, maior clérigo xiita do país, advertiram para o risco de o país mergulhar no caos caso os parlamentares não conseguissem superar suas divisões.

Os deputados devem agora eleger o presidente da República, que designará o primeiro-ministro.

De acordo com uma regra não escrita, a presidência da República deve ser ocupada por um curdo e enquanto o cargo de primeiro-ministro cabe a um xiita (comunidade majoritária).

O atual primeiro-ministro Nuri al-Maliki, no poder há oito anos e cujo bloco venceu a eleição de 30 de abril, já avisou que não pretende deixar o poder.

Ele tem sido fortemente criticado por seu autoritarismo e sua escolha de marginalizar a minoria sunita.

No terreno, antes do início da reunião do Parlamento, as forças de segurança, "iniciaram uma operação militar para libertar a cidade de Tikrit e assumiram o controle na zona sul", declarou à AFP Ahmed Abdullah Juburi, governador da província de Saladino, que tem Tikrit como capital.

Uma fonte policial informou que as tropas recuperaram a academia de polícia e um hospital. Juburi anunciou ainda a retomada da sede do governo.

As Forças Armadas iniciaram há mais de duas semanas uma contraofensiva para recuperar Tikrit, mas haviam permanecido ao sul da cidade.

Riscos de infiltração do Exército

O início da ofensiva insurgente foi marcado pela debandada em massa das forças de segurança, que ainda não conseguiram se reerguer.

Para ajudar Bagdá, os Estados Unidos enviaram cerca de 220 conselheiros militares, que se concentram neste momento na revisão das forças iraquianas.

Estes conselheiros retransmitiram ao Pentágono uma auditoria, cujo conteúdo não foi revelado.

Mas, segundo o New York Times, este documento adverte os assessores militares para o risco de infiltração do Exército iraquiano por extremistas sunitas extremistas e soldados xiitas apoiados pelo Irã.

Os conselheiros também argumentam que as tropas iraquianas têm a capacidade de defender Bagdá, mas não necessariamente toda a cidade contra um grande ataque.

A situação no país, já crítica com a ofensiva jihadista, é agravada pelas intenções separatistas expressas pela região autônoma do Curdistão, que aproveitou os avanços dos insurgentes para assumir o controle de territórios em disputa com Bagdá.

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