O primeiro-ministro paquistanês, Yousuf Raza Gillani, disse que "as acusações de cumplicidade ou incompetência" são "absurdas" (Franck Prevel/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2011 às 12h37.
Islamabad - O primeiro-ministro paquistanês, Yousuf Raza Gillani, anunciou nesta segunda-feira que vai investigar a presença de Osama bin Laden no Paquistão, um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarar que o líder da Al Qaeda recebeu apoio neste país.
"Estamos decididos a averiguar essa questão a fundo, esclarecer como, quando e o porquê da presença de Osama bin Laden em Abbottabad (a cidade onde foi morto na madrugada da segunda-feira - 2 de maio - pelas forças especiais dos EUA). Por isso abrimos essa investigação", afirmou Gillani no Parlamento paquistanês.
O premiê do Paquistão esclareceu que a investigação será liderada pelo tenente-general Javed Iqbal e, apesar do anúncio, insistiu em que "as acusações de cumplicidade ou incompetência" de seu país em relação ao caso são "absurdas".
Gillani negou que exista uma "divisão" entre as instituições paquistanesas - em alusão ao poder civil, o destacamento militar e o aparelho de segurança - e defendeu o trabalho antiterrorista de seu país, em particular da agência de serviços secretos (ISI), em meio às críticas americanas e internacionais por seu país não ter detectado e permitido a presença de Bin Laden no Paquistão.
Lembrou ainda que o Paquistão não é "o berço de nascimento da Al Qaeda", e referiu-se aos "voluntários árabes" que na década de 90 se uniram para criar a organização terrorista.
"Quem foi o responsável do nascimento da Al Qaeda? Quem foi o responsável pela fabricação do mito de Osama bin Laden?", questionou.
Apesar disso, admitiu que o chefe da Al Qaeda era o "inimigo número 1 do mundo civilizado", e o responsável pela morte de muitos paquistaneses.
"A justiça foi feita", afirmou parafraseando o presidente Obama -. No entanto, não somos tão ingênuos para cantar vitória".