Papa e premiê de Israel discordam sobre língua de Jesus
"Jesus esteve aqui, nesta terra. Ele falava hebraico", disse Netanyahu ao papa, em um encontro público em Jerusalém
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2014 às 16h55.
Jerusalém - O papa Francisco e o primeiro-ministro de Israel , Benjamin Netanyahu, discordaram nesta segunda-feira sobre a língua falada por Jesus dois milênios atrás.
"Jesus esteve aqui, nesta terra. Ele falava hebraico", disse Netanyahu ao papa, em um encontro público em Jerusalém no qual o primeiro-ministro citou uma forte conexão entre o judaísmo e o cristianismo. "Aramaico", interveio o papa.
"Ele falava aramaico, mas ele sabia hebraico", Netanyahu retrucou.
Assim como muitas outras questões no Oriente Médio, onde o papa está no último dia de uma visita de três dias, as referências a Jesus nos dias de hoje são complicadas e muitas vezes políticas.
Um judeu, Jesus nasceu em Belém, na região da Judeia -- à época dominada pelos romanos --, atual Cisjordânia, ocupada por Israel.
Ele cresceu em Nazaré e ministrava na Galileia, no norte de Israel, e morreu em Jerusalém, cidade reverenciada por judeus, cristãos e muçulmanos e reivindicada por israelenses e palestinos.
Os palestinos, às vezes, descrevem Jesus como um palestino, algo a que os israelenses se opõem.
O professor de linguística Ghil'ad Zuckermann disse à Reuters que tanto Netanyahu, filho de um renomado historiador judeu, quanto o papa, líder espiritual da comunidade de 1,2 bilhão de católicos no mundo, têm argumentos válidos.
"Jesus era um falante nativo do aramaico", disse sobre a língua semítica quase extinta que tem grande relação com o hebraico. "Mas ele também teria conhecido o hebraico porque havia escritos religiosos em hebraico."
Zuckermann afirmou que na época de Jesus, o hebraico era falado pelas classes mais baixas, "o tipo de pessoas a quem ele pregava".
Jerusalém - O papa Francisco e o primeiro-ministro de Israel , Benjamin Netanyahu, discordaram nesta segunda-feira sobre a língua falada por Jesus dois milênios atrás.
"Jesus esteve aqui, nesta terra. Ele falava hebraico", disse Netanyahu ao papa, em um encontro público em Jerusalém no qual o primeiro-ministro citou uma forte conexão entre o judaísmo e o cristianismo. "Aramaico", interveio o papa.
"Ele falava aramaico, mas ele sabia hebraico", Netanyahu retrucou.
Assim como muitas outras questões no Oriente Médio, onde o papa está no último dia de uma visita de três dias, as referências a Jesus nos dias de hoje são complicadas e muitas vezes políticas.
Um judeu, Jesus nasceu em Belém, na região da Judeia -- à época dominada pelos romanos --, atual Cisjordânia, ocupada por Israel.
Ele cresceu em Nazaré e ministrava na Galileia, no norte de Israel, e morreu em Jerusalém, cidade reverenciada por judeus, cristãos e muçulmanos e reivindicada por israelenses e palestinos.
Os palestinos, às vezes, descrevem Jesus como um palestino, algo a que os israelenses se opõem.
O professor de linguística Ghil'ad Zuckermann disse à Reuters que tanto Netanyahu, filho de um renomado historiador judeu, quanto o papa, líder espiritual da comunidade de 1,2 bilhão de católicos no mundo, têm argumentos válidos.
"Jesus era um falante nativo do aramaico", disse sobre a língua semítica quase extinta que tem grande relação com o hebraico. "Mas ele também teria conhecido o hebraico porque havia escritos religiosos em hebraico."
Zuckermann afirmou que na época de Jesus, o hebraico era falado pelas classes mais baixas, "o tipo de pessoas a quem ele pregava".