Saeb Erekat, chefe da OLP: "a resolução aprovada pelas Nações Unidas pede que haja negociações e, além disso, que estas se acelerem" (Alex Wong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 09h12.
Jerusalém - O chefe negociador palestino, Saeb Erekat, deu nesta segunda-feira um prazo de seis meses a Israel para reiniciar as negociações de paz, que incluirão a reivindicação da libertação de prisioneiros e a suspensão do crescimento das colônias.
Erekat declarou à emissora de rádio "Voz da Palestina" que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) lançará em janeiro uma nova iniciativa para retomar o diálogo com Israel, com o apoio de representantes da comunidade internacional e um prazo de seis meses para ser concretizado.
Segundo explicou à emissora, o diálogo deverá ser retomado no ponto em que parou, ao que sempre se negou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já que a última negociação foi realizada por um Governo liderado pelo partido opositor, Kadima.
"Na realidade, a oferta não muda a postura anterior, sempre dissemos que nos sentaremos para negociar, a resolução aprovada pelas Nações Unidas pede que haja negociações e, além disso, que estas se acelerem", explicou à Agência Efe Xavier Abu Eid, porta-voz do escritório de Assuntos para as Negociações da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
As negociações, acrescentou, "devem basear-se em resoluções anteriores e no cumprimento de compromissos adquiridos anteriormente".
Entre eles ressaltam "a libertação de prisioneiros" presos por Israel desde antes dos Acordos de Oslo (1993) e a detenção imediata da edificação de assentamentos judaicos em território palestino ocupado.
Neste momento, a oferta não parece ter chance de prosperar, dada a reação de Netanyahu à mudança de status da Palestina na ONU, que foi anunciar a construção de mais de 3,5 mil casas em assentamentos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.
Tanto os Estados Unidos como várias capitais europeias, entre elas Espanha, França e Reino Unido, e outros países como Austrália e Canadá, condenaram com dureza o anúncio dos novos assentamentos e pediram ao Governo israelense que volte trás, algo que Netanyahu já advertiu que não fará.