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Países da UE concordam em encerrar venda de novos carros a combustão até 2035

A proposta deve contribuir para alcançar os objetivos climáticos do continente

UE: ministros do ambiente europeus também prorrogaram por cinco anos, isenções de emissões concedidas aos fabricantes de "nicho" (Reprodução/Thinkstock)

UE: ministros do ambiente europeus também prorrogaram por cinco anos, isenções de emissões concedidas aos fabricantes de "nicho" (Reprodução/Thinkstock)

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AFP

Publicado em 29 de junho de 2022 às 07h02.

Última atualização em 1 de julho de 2022 às 19h06.

Os 27 países membros da União Europeia aprovaram na madrugada desta quarta-feira (29) o projeto do Executivo comunitário para encerrar a venda de carros novos a combustão até 2035 e reduzir as emissões a zero.

A proposta anunciada pela Comissão Europeia em julho de 2021 e que depende de um debate no EuroParlamento deve contribuir para alcançar os objetivos climáticos do continente, em particular a neutralidade carbônica no horizonte de 2050.

A pedido de alguns países, como Alemanha e Itália, os 27 concordaram em contemplar a futura admissão de tecnologias alternativas como combustíveis sintéticos ou motores híbridos recarregáveis se permitirem a eliminação total das emissões de gases de efeito estufa.

Os ministros do ambiente europeus, reunidos em Luxemburgo, também prorrogaram por cinco anos, até ao final de 2035, as isenções de emissões concedidas aos fabricantes de "nicho" ou àqueles que produzam menos de 10.000 veículos por ano. Esta cláusula, muitas vezes chamada de "emenda Ferrari", beneficiará particularmente as marcas de luxo.

Estas medidas devem agora ser negociadas com os eurodeputados que este mês também se posicionaram sobre as propostas do executivo europeu.

"Isso constitui um grande desafio para nossa indústria automobilística", reconheceu a ministra francesa da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher, que presidiu a reunião na terça-feira.

Ela salientou também que é uma "necessidade" face à concorrência chinesa e americana que tem apostado fortemente nos veículos elétricos, considerados o futuro da indústria.

Estas decisões tomadas "com antecedência" vão "permitir uma transição planejada e acompanhada", acrescentou a ministra.

A indústria automobilística europeia, que tem investido fortemente na eletrificação do setor, teme o impacto social de uma transição muito rápida.

"A esmagadora maioria dos fabricantes de automóveis escolheu os veículos elétricos", disse o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Pacto Verde, Frans Timmermans, em entrevista coletiva.

Ao mesmo tempo, ele destacou que a porta está aberta para outras tecnologias.

"Somos tecnologicamente neutros. O que queremos são veículos com emissão zero", explicou. "Atualmente, os combustíveis verdes não parecem uma solução realista, mas se os fabricantes conseguirem provar o contrário no futuro, estaremos abertos", acrescentou.

A tecnologia de combustível sintético, atualmente em desenvolvimento, consiste em produzir combustível a partir do CO2 extraído das atividades industriais, utilizando energia de baixa emissão de carbono, uma estratégia de economia circular.

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