ONU: indústria agroalimentícia coloca saúde pública em risco
Secretário-geral da ONU considera que setor coloca "a saúde pública em situação de risco para proteger seus interesses"
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2011 às 17h30.
Nova York - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, acusou nesta segunda-feira algumas indústrias agroalimentícias de colocar a saúde pública em situação de risco para proteger seus interesses, em uma reunião de cúpula sobre doenças não-transmissíveis realizada à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas que contou com a participação da presidente brasileira Dilma Rousseff.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 36 dos 57 milhões de mortes registradas no mundo anualmente se devem a doenças não transmissíveis como o câncer, diabetes, problemas respiratórios crônicos e hipertensão.
As estimativas da OMS assinalam que o número de mortos provocadas por estas doenças aumentará 17% no mundo na próxima década, com uma alta de 24% apenas para a África.
Ao referir-se a estas doenças, Ban Ki-moon recordou que existe "uma história vergonhosa e bem documentada de certos atores na indústria que ignoram a ciência e, inclusive, sua própria pesquisa".
"Deste modo, colocam a saúde pública em situação de risco para proteger seus interesses", denunciou o secretário-geral da ONU.
Neste sentido, Dilma Rousseff pediu à ONU um aumento nos esforços para prevenir e tratar as doenças não-transmissíveis, recordando o enorme custo humano e material que representam, ou seja, 1% do PIB no caso do Brasil.
"Em meu país, 72% das mortes não violentas entre as pessoas com menos de 70 anos estão vinculadas a estas doenças. Atingem também os mais pobres e os mais vulneráveis", declarou Rousseff em uma reunião de alto nível sobre este tema organizada em Nova York à margem da Assembleia Geral anual das Nações Unidas.
"As perdas em produtividade e os custos ocasionados nas famílias e no sistema unificado de saúde equivalem a 1% de nosso PIB", explicou.
A presidente ressaltou que "a desproporcional incidência entre os mais pobres prova a necessidade de uma resposta global a este problema", e lembrou que, para o Brasil, "o acesso a medicamentos faz parte do direito humano à saúde".
Ela enumerou algumas das iniciativas lançadas por seu governo, como, por exemplo, a favor de quem sofre de hipertensão e diabetes, através da distribuição gratuita de medicamentos em 20.000 farmácias públicas e particulares.
"Nos primeiros sete meses de meu governo, este esforço alcançou 5,4 milhões de brasileiro, triplicando o número de pacientes beneficiados", exemplificou.
De fato, 80% das mortes por doenças não-transmissíveis acontecem por doenças não-transmissíveis ocorrem em países em desenvolvimento.
A diretora da OMS, Margaret Chan, denunciou, por sua vez, os problemas ocasionados pelo cigarro, o sal, as gorduras não saturadas e o açúcar.
"Nós nos manifestamos por mudanças no modo de vida e as regras rígidas para o uso do tabaco", afirmou Chan, para quem a reunião desta segunda "deve ser um chamado para despertar os governos no mais alto nível, levando em conta que o aumento mundial destas doenças é um desastre anunciado".
"Os alimentos preparados ricos em sal, gorduras saturadas e açúcar se converteram nos novos alimentos de primeira necessidade em quase todos os cantos do mudo", criticou Chan.
"Para um número crescente de pessoas são a forma mais barata para encher o estômago que tem fome", enfatizou.
Uma declaração política adotada pelos chefes de Estado e de Governo dos 13 países membros da ONU se refere de forma explícita ao efeito prejudicial do sal, açúcar e gorduras saturadas nos regimes alimentares.
Uma fonte da ONU, que não quis revelar sua identidade, enfatizou que esta menção sofreu a resistência por parte de lobbies vinculados a esses produtos.
Esta reunião sobre doenças não-transmissíveis é a primeira de importância na agenda da Assembleia Geral anual da ONU em Nova York.
Nova York - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, acusou nesta segunda-feira algumas indústrias agroalimentícias de colocar a saúde pública em situação de risco para proteger seus interesses, em uma reunião de cúpula sobre doenças não-transmissíveis realizada à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas que contou com a participação da presidente brasileira Dilma Rousseff.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 36 dos 57 milhões de mortes registradas no mundo anualmente se devem a doenças não transmissíveis como o câncer, diabetes, problemas respiratórios crônicos e hipertensão.
As estimativas da OMS assinalam que o número de mortos provocadas por estas doenças aumentará 17% no mundo na próxima década, com uma alta de 24% apenas para a África.
Ao referir-se a estas doenças, Ban Ki-moon recordou que existe "uma história vergonhosa e bem documentada de certos atores na indústria que ignoram a ciência e, inclusive, sua própria pesquisa".
"Deste modo, colocam a saúde pública em situação de risco para proteger seus interesses", denunciou o secretário-geral da ONU.
Neste sentido, Dilma Rousseff pediu à ONU um aumento nos esforços para prevenir e tratar as doenças não-transmissíveis, recordando o enorme custo humano e material que representam, ou seja, 1% do PIB no caso do Brasil.
"Em meu país, 72% das mortes não violentas entre as pessoas com menos de 70 anos estão vinculadas a estas doenças. Atingem também os mais pobres e os mais vulneráveis", declarou Rousseff em uma reunião de alto nível sobre este tema organizada em Nova York à margem da Assembleia Geral anual das Nações Unidas.
"As perdas em produtividade e os custos ocasionados nas famílias e no sistema unificado de saúde equivalem a 1% de nosso PIB", explicou.
A presidente ressaltou que "a desproporcional incidência entre os mais pobres prova a necessidade de uma resposta global a este problema", e lembrou que, para o Brasil, "o acesso a medicamentos faz parte do direito humano à saúde".
Ela enumerou algumas das iniciativas lançadas por seu governo, como, por exemplo, a favor de quem sofre de hipertensão e diabetes, através da distribuição gratuita de medicamentos em 20.000 farmácias públicas e particulares.
"Nos primeiros sete meses de meu governo, este esforço alcançou 5,4 milhões de brasileiro, triplicando o número de pacientes beneficiados", exemplificou.
De fato, 80% das mortes por doenças não-transmissíveis acontecem por doenças não-transmissíveis ocorrem em países em desenvolvimento.
A diretora da OMS, Margaret Chan, denunciou, por sua vez, os problemas ocasionados pelo cigarro, o sal, as gorduras não saturadas e o açúcar.
"Nós nos manifestamos por mudanças no modo de vida e as regras rígidas para o uso do tabaco", afirmou Chan, para quem a reunião desta segunda "deve ser um chamado para despertar os governos no mais alto nível, levando em conta que o aumento mundial destas doenças é um desastre anunciado".
"Os alimentos preparados ricos em sal, gorduras saturadas e açúcar se converteram nos novos alimentos de primeira necessidade em quase todos os cantos do mudo", criticou Chan.
"Para um número crescente de pessoas são a forma mais barata para encher o estômago que tem fome", enfatizou.
Uma declaração política adotada pelos chefes de Estado e de Governo dos 13 países membros da ONU se refere de forma explícita ao efeito prejudicial do sal, açúcar e gorduras saturadas nos regimes alimentares.
Uma fonte da ONU, que não quis revelar sua identidade, enfatizou que esta menção sofreu a resistência por parte de lobbies vinculados a esses produtos.
Esta reunião sobre doenças não-transmissíveis é a primeira de importância na agenda da Assembleia Geral anual da ONU em Nova York.