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Onda de calor global: hemisfério norte se prepara para recorde de temperatura

As autoridades de saúde emitiram alertas para calor extremo nos Estados Unidos, Europa e Ásia

Onda de calor: mundo acaba de vivenciar o mês de junho mais quente da história (Trevor Hagan/Bloomberg/Getty Images)

Onda de calor: mundo acaba de vivenciar o mês de junho mais quente da história (Trevor Hagan/Bloomberg/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 18 de julho de 2023 às 07h06.

A onda de calor que afeta o hemisfério norte prossegue nesta terça-feira, 18, com incêndios ativos na Grécia e nos Estados Unidos, assim como um possível recorde de temperatura para o continente europeu na Itália.

As autoridades de saúde emitiram alertas para calor extremo nos Estados Unidos, Europa e Ásia, com recomendações para hidratação constante e para que que as pessoas se protejam do sol, em mais uma demonstração dos efeitos diretos da mudança climática.

A Europa, o continente com o ritmo de aquecimento mais rápido do mundo, pode registrar recordes de temperatura nas ilhas italianas da Sicília e da Sardenha, onde a agência espacial europeia prevê que os termômetros devem alcançar 48ºC.

O recorde atual de temperatura no continente é 48,8º graus centígrados, registrados na Sicília em 2021, confirmou na segunda-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU.

"O recorde pode ser quebrado nos próximos dias", alertou a agência espacial europeia.

O mundo acaba de vivenciar o mês de junho mais quente da história e julho pode seguir o mesmo caminho, de acordo com a OMM.

Incêndios na Grécia

O calor também é sufocante na Grécia, com picos de até 44ºC e vários incêndios perto de Atenas, que provocaram a fuga de 1.200 crianças de um acampamento de verão ameaçado pelas chamas em Loutraki, 80 km ao oeste da capital.

Características do fenômeno das ilhas de calor nas cidades.

Os bombeiros lutavam contra incêndios em Kouvaras e nas localidades turísticas de Lagonissi, Anavyssos e Saronida, todas na região de Atenas. Muitos moradores abandonaram a região
O incêndio mais violento acontecia na floresta de Dervenochoria, 50 quilômetros ao norte de Atenas.

O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, alertou que os "fenômenos meteorológicos extremos têm importantes repercussões na saúde humana, nos ecossistemas, na economia, na agricultura, na energia e no abastecimento de água".

Ele insistiu na urgência de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

As autoridades italianas alertaram a população para "uma das ondas de calor mais intensas de todos os tempos". Na capital Roma, a temperatura atingiu 39ºC na segunda-feira.

No Chipre, o termômetro superou 40 graus, enquanto na Espanha chegou a 44,7ºC na cidade de Jaén (sul).

"Ameaça para a humanidade"

Na Ásia, as temperaturas elevadas se alternam com chuvas torrenciais, em parte provocadas pelo acúmulo de água evaporada na atmosfera.

A China registrou a temperatura de 52,2ºC no domingo, na região de Xinjiang (oeste), um recorde para meados de julho. O Japão emitiu alertas para temperaturas elevadas em 32 dos 47 municípios do país.

No Vietnã e sul da China, 250.000 pessoas procuraram abrigos antes da passagem do tufão Talim.

A Coreia do Sul tem previsão de fortes chuvas até quarta-feira. As tempestades dos últimos dias provocaram 41 mortes no país.

A mudança climática "é uma ameaça para a humanidade", afirmou em Pequim o enviado da Casa Branca para o clima, John Kerry, durante uma viagem para estimular a retomada da cooperação na questão ambiental entre Estados Unidos e China, os dois maiores poluentes do planeta.

Onda de calor "opressiva" nos EUA

Nos Estados Unidos, os serviços meteorológicos alertaram para uma onda de calor "opressiva" no sul e oeste do país.

No famoso Vale da Morte, na Califórnia, um dos lugares mais quentes do planeta, a temperatura oficial atingiu 52°C no domingo.

Vários incêndios também afetam o sul do estado e já destruíram mais de 3.000 hectares. Vários moradores foram obrigados a abandonar suas casas.

Na Flórida, a cidade de Miami emitiu o primeiro alerta de "calor excessivo" em sua história. E no Arizona, a capital Phoenix teve o 18º dia seguido com temperaturas acima dos 43ºC, igualando um recorde.

No Canadá, mais de 10 milhões de hectares foram destruídos por incêndios desde o início do ano. Na segunda-feira, 882 focos permaneciam ativos, incluindo 579 considerados fora de controle.

Como em outras ocasiões no último mês, a fumaça desce até os Estados Unidos, provocando alertas pela má qualidade do ar em grande parte do nordeste do país.

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