Exame Logo

OMS: 2,6 milhões de bebês nascem mortos no mundo a cada ano

Dos casos recolhidos pelo estudo, 98% são de países de renda média e baixa

Nascimento: em 15 anos, número de bebês que nascem mortos caiu só 1,1% ao ano (Tomasz Kobosz/stock.XCHNG)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2011 às 19h00.

Genebra - A cada ano 2,6 milhões de bebês nascem mortos no mundo e 98% desses casos ocorrem em países de renda média e baixa, segundo a primeira estimativa global sobre o problema realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Apesar do elevado número, o drama de bebês nascidos mortos obteve pouca atenção internacional, em comparação com os esforços para reduzir a mortalidade materna e neonatal.

"Existe um tabu. As mulheres são marginalizadas e, em certos contextos, se acredita que se trate de um castigo divino pelos pecados da mãe", explicou em entrevista coletiva o chefe de epidemiologia do Instituto de Saúde Pública da Noruega, Frederik Froen.

No total, 69 autores de dezenas de organizações em 18 países contribuíram para a pesquisa, com o aval da OMS.

O estudo recolhe dados desde 1995 e revela que, em 15 anos, o número de bebês que nascem mortos se reduziu, em média, apenas 1,1% ao ano, de 3 milhões de casos (1995) para 2,6 milhões em 2009, último ano para o qual foi possível reunir estatísticas globais.

Dessas mortes prematuras, a metade ocorre durante o parto devido à falta de um pré-natal de qualidade, incluindo o acesso a uma cesariana em caso de necessidade.

Mais uma vez ficou evidente a influência que a renda da população tem sobre o problema, já que 66% dos casos (1,8 milhão) se concentram em países como Índia, Paquistão, Nigéria, China, Bangladesh, República Democrática do Congo (RDC), Etiópia, Indonésia, Afeganistão e Tanzânia.


As taxas mais baixas de bebês que nascem mortos se encontram em Dinamarca e Noruega (2,2 a cada mil nascimentos), enquanto as mais altas se registram em Paquistão (47) Nigéria (42) e Bangladesh (36).

Ao apresentar os resultados desta pesquisa, Froen ressaltou que as taxas podem variar consideravelmente inclusive dentro de um mesmo país, como ocorre na Índia, onde vão de 22 até 66 por cada mil nascimentos, dependendo dos estados.

Por sua vez, a coordenadora de saúde reprodutiva da OMS, Catherine D'Arcangues, explicou que o problema não recebeu a atenção necessária e prova disso foi a dificuldade de se obter dados confiáveis, que só puderam ser obtidos em 63 dos 193 países analisados.

"Em alguns países, esta causa de morte nem sequer é registrada", disse a especialista, quem ressaltou que essa falta de informação se observa principalmente nos países mais afetados pelo problema.

Se nos países em desenvolvimento os casos de bebês nascidos mortos estão geralmente associados à pobreza e ao baixo nível de educação, nos países ricos os principais fatores de risco são a obesidade, a idade da mãe no primeiro parto (a partir dos 35 anos) e o consumo de cigarro ou drogas durante a gravidez, explicou Froen.

A região mais atrasada nesse sentido é a África Subsaariana, que diminuiu a incidência de bebês nascidos mortos em 0,7% ao ano desde 1995, enquanto nas Américas o progresso mereceu destaque, com uma redução de 2,4%, segundo Catherine.

O México, que com cinco mortes a cada mil nascimentos reduziu à metade o número de casos durante o período analisado, também foi destacado pela especialista.

Os países que mais avanços registraram foram Argentina e Costa Rica, com cinco casos por mil nascimentos cada, além de Colômbia (6), Cuba (8), Chile (9), Peru, Brasil, Guatemala (10) e Venezuela (11), enquanto os pires casos foram os de Paraguai (19), Honduras (18) e Bolívia (17), segundo a OMS.

Veja também

Genebra - A cada ano 2,6 milhões de bebês nascem mortos no mundo e 98% desses casos ocorrem em países de renda média e baixa, segundo a primeira estimativa global sobre o problema realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Apesar do elevado número, o drama de bebês nascidos mortos obteve pouca atenção internacional, em comparação com os esforços para reduzir a mortalidade materna e neonatal.

"Existe um tabu. As mulheres são marginalizadas e, em certos contextos, se acredita que se trate de um castigo divino pelos pecados da mãe", explicou em entrevista coletiva o chefe de epidemiologia do Instituto de Saúde Pública da Noruega, Frederik Froen.

No total, 69 autores de dezenas de organizações em 18 países contribuíram para a pesquisa, com o aval da OMS.

O estudo recolhe dados desde 1995 e revela que, em 15 anos, o número de bebês que nascem mortos se reduziu, em média, apenas 1,1% ao ano, de 3 milhões de casos (1995) para 2,6 milhões em 2009, último ano para o qual foi possível reunir estatísticas globais.

Dessas mortes prematuras, a metade ocorre durante o parto devido à falta de um pré-natal de qualidade, incluindo o acesso a uma cesariana em caso de necessidade.

Mais uma vez ficou evidente a influência que a renda da população tem sobre o problema, já que 66% dos casos (1,8 milhão) se concentram em países como Índia, Paquistão, Nigéria, China, Bangladesh, República Democrática do Congo (RDC), Etiópia, Indonésia, Afeganistão e Tanzânia.


As taxas mais baixas de bebês que nascem mortos se encontram em Dinamarca e Noruega (2,2 a cada mil nascimentos), enquanto as mais altas se registram em Paquistão (47) Nigéria (42) e Bangladesh (36).

Ao apresentar os resultados desta pesquisa, Froen ressaltou que as taxas podem variar consideravelmente inclusive dentro de um mesmo país, como ocorre na Índia, onde vão de 22 até 66 por cada mil nascimentos, dependendo dos estados.

Por sua vez, a coordenadora de saúde reprodutiva da OMS, Catherine D'Arcangues, explicou que o problema não recebeu a atenção necessária e prova disso foi a dificuldade de se obter dados confiáveis, que só puderam ser obtidos em 63 dos 193 países analisados.

"Em alguns países, esta causa de morte nem sequer é registrada", disse a especialista, quem ressaltou que essa falta de informação se observa principalmente nos países mais afetados pelo problema.

Se nos países em desenvolvimento os casos de bebês nascidos mortos estão geralmente associados à pobreza e ao baixo nível de educação, nos países ricos os principais fatores de risco são a obesidade, a idade da mãe no primeiro parto (a partir dos 35 anos) e o consumo de cigarro ou drogas durante a gravidez, explicou Froen.

A região mais atrasada nesse sentido é a África Subsaariana, que diminuiu a incidência de bebês nascidos mortos em 0,7% ao ano desde 1995, enquanto nas Américas o progresso mereceu destaque, com uma redução de 2,4%, segundo Catherine.

O México, que com cinco mortes a cada mil nascimentos reduziu à metade o número de casos durante o período analisado, também foi destacado pela especialista.

Os países que mais avanços registraram foram Argentina e Costa Rica, com cinco casos por mil nascimentos cada, além de Colômbia (6), Cuba (8), Chile (9), Peru, Brasil, Guatemala (10) e Venezuela (11), enquanto os pires casos foram os de Paraguai (19), Honduras (18) e Bolívia (17), segundo a OMS.

Acompanhe tudo sobre:GovernoPobrezaSaúde

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame