A Venezuela vai realizar eleições presidenciais no próximo dia 28 de julho (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 10 de julho de 2024 às 08h26.
Quatro especialistas eleitorais das Nações Unidas chegaram nesta terça-feira, 9, à Venezuela com a missão de preparar "um relatório interno" sobre as eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais o presidente Nicolás Maduro vai buscar o terceiro mandato consecutivo.
"O Painel de Especialistas Eleitorais da ONU chegou à Venezuela a convite do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e em conformidade com o Acordo de Barbados de 17 de outubro de 2023", informou a ONU. "O relatório vai incluir recomendações sobre melhorias que poderiam ser feitas em futuros processos eleitorais no país."
Os especialistas vão permanecer na Venezuela por alguns dias após as eleições, e "terão plena liberdade para se reunir com atores políticos e sociais, além de autoridades e especialistas eleitorais".
Eleições na Venezuela: como funcionará a disputa? Maduro poderá deixar o poder? Veja respostasA equipe, no entanto, não dá "declarações públicas avaliando a condução geral de um processo eleitoral ou os seus resultados", como o fazem "as missões de observação eleitoral da ONU, que requerem um mandato específico do Conselho de Segurança ou da Assembleia Geral".
ONU afirma que Venezuela restringe liberdades à medida que eleições se aproximamNo Acordo de Barbados, mediado pela Noruega e com a participação-chave dos Estados Unidos, a oposição e o governo venezuelanos definiram a data das eleições e concordaram com uma observação internacional que incluísse a União Europeia (UE). No entanto, o presidente do CNE, Elvis Amoroso, anunciou em maio a retirada do convite à UE para observar o processo, depois que o bloco ratificou sanções contra 50 funcionários.
Em 20 de junho, Amoroso condicionou um novo convite ao levantamento de todas as sanções. Além da UE, o CNE convidou em março o Centro Carter, o Brics e a União Africana para serem observadores.
Em 2021, a UE observou eleições para governadores e prefeitos na Venezuela e identificou melhorias consideráveis no sistema de votação, mas também irregularidades. Essas declarações levaram a um fim abrupto da visita, depois que Maduro chamou os observadores de "inimigos" e "espiões".