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Obama e Cameron analisam crise síria, comércio e segurança

"A história da Síria está sendo escrita com o sangue de seus cidadãos", advertiu Cameron, ao indicar que seu país apoia flexibilização do embargo de armas da UE


	Obama e Cameron ofereceram uma entrevista coletiva no Salão Leste da Casa Branca após um encontro privado no qual repassaram um amplo leque de assuntos
 (REUTERS/Jonathan Ernst)

Obama e Cameron ofereceram uma entrevista coletiva no Salão Leste da Casa Branca após um encontro privado no qual repassaram um amplo leque de assuntos (REUTERS/Jonathan Ernst)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2013 às 18h34.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, concordaram nesta segunda-feira em aumentar as pressões para pôr fim ao sangrento conflito civil na Síria e reafirmaram seu compromisso com o comércio e a segurança global.

Obama e Cameron ofereceram uma entrevista coletiva no Salão Leste da Casa Branca após um encontro privado, no qual repassaram um amplo leque de assuntos, entre estes a crise na Síria, os preparativos para a Cúpula do G8 na Irlanda do Norte em junho, e as negociações para um acordo comercial transatlântico.

Tanto Obama como Cameron pediram à Rússia que se some aos esforços mundiais contra o regime sírio, e expressaram sua confiança em que a conferência sobre a Síria, que deve acontecer em Genebra nas próximas semanas, surta efeito.

"A história da Síria está sendo escrita com o sangue de seus cidadãos", advertiu Cameron, ao indicar que seu país apoia a flexibilização do embargo de armas da União Europeia e "duplicará a assistência não-letal à oposição síria no próximo ano".

Embora tenha reconhecido que existam "persistentes receios entre Rússia e outros membros do G8 e do Ocidente", Obama disse, por sua parte, que Moscou "tem a obrigação" de ajudar o presidente sírio, Bashar al Assad, a deixar o poder.

Sua esperança, detalhou Obama, é negociar uma transição política pacífica que não só encoraje a saída de Assad, mas permita resolver o conflito armado e que a Síria permaneça "intacta" e acolha os interesses dos grupos étnicos e religiosos em seu território.

No âmbito econômico e comercial, Cameron expressou otimismo em que possam ativar as negociações para um acordo de livre-comércio entre EUA e a União Europeia a tempo da Cúpula do G8 na Irlanda do Norte, e advertiu que as próximas cinco semanas serão "cruciais".


Cameron, anfitrião da Cúpula do G8 dos dias 17 e 18 de junho, enfatizou que essa meta requer "vontade política" para "pôr tudo sobre a mesa, inclusive os assuntos mais difíceis".

Obama considerou que existe "uma oportunidade real" para a redução das taxas alfandegárias, a abertura de mais mercados e o fortalecimento da competitividade econômica, e lembrou que o comércio transatlântico sustenta mais de 13 milhões de empregos.

EUA e UE buscam criar uma zona de livre-comércio e um acordo sobre investimentos que, se for concretizado, seria o maior pacto comercial bilateral do mundo.

Cameron assinalou que a reunião do G8 (formado por EUA, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Rússia) buscará "ações ambiciosas rumo ao crescimento econômico".

Perguntado sobre as pressões para que o Reino Unido abandone a UE, Cameron declarou que espera que o processo de reformas fortaleça o bloco de 27 nações, e ressaltou que um referendo agora, antes que se instituam mudanças, daria aos britânicos uma "opção falsa", que não é "aceitável".

Por outra parte, Obama se referiu às renovadas acusações republicanas de que seu governo tentou encobrir a verdadeira origem do atentado contra o consulado dos EUA na cidade líbia de Benghazi em setembro de 2012.

O presidente dos EUA disse que as acusações republicanas constituem um "circo político" e são uma mera distração, ao defender as ações de seu governo para esclarecer os fatos e evitar outros atentados no futuro.

Obama ressaltou que "se desonra" o trabalho dos diplomatas que faleceram no atentado, entre eles o embaixador americano Cristopher J. Stevens, "quando transformamos semelhantes coisas em um circo político", e salientou que seu governo começou a implantar as recomendações do grupo que investigou o atentado.

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