O PIB britânico e o Brexit
A economia britânica está envolta numa espessa neblina. Nesta quarta-feira, o banco da Inglaterra deve divulgar o PIB do primeiro trimestre. A expectativa é de crescimento de 0,4%, ante o 0,6% dos três meses anteriores. Recentemente, o FMI revisou para 1,9% a perspectiva de crescimento do país, ante os 2,2% estimados em janeiro. O desaquecimento […]
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2016 às 06h13.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h24.
A economia britânica está envolta numa espessa neblina. Nesta quarta-feira, o banco da Inglaterra deve divulgar o PIB do primeiro trimestre. A expectativa é de crescimento de 0,4%, ante o 0,6% dos três meses anteriores. Recentemente, o FMI revisou para 1,9% a perspectiva de crescimento do país, ante os 2,2% estimados em janeiro.
O desaquecimento da economia global e a volatilidade dos preços das commodities contribuem para a perda de ritmo, mas a indefinição quanto ao futuro do país na União Europeia é o que pesa de verdade.
O referendo que vai decidir sobre a permanência do Reino Unido no bloco europeu acontecerá no dia 23 de junho. O Tesouro do país estima que, caso se decida pela saída, haverá um custo de 36 bilhões de libras aos cofres públicos. A estimativa do Ministério das Finanças é que cada família perca de 2.600 a 5.200 libras por ano.
Fora do bloco, diminuem as oportunidades de negócios e de investimentos. O presidente americano, Barack Obama, ratificou a previsão no fim de semana afirmando que não consegue negociar com a Inglaterra com tanta velocidade quanto a que possui junto à União Europeia, seu principal parceiro comercial.
Os defensores do Brexit, como é chamado o rompimento, alegam que as previsões do governo são enviesadas e que esta é uma chance de independência em relação ao excesso de intervenções sobre a economia britânica. Também querem parar de pagar 20 bilhões de libras anuais a Bruxelas.
“Se não sair, o Reino Unido deve ganhar mais liberdade para definir sua política de recebimento de imigrantes e de concessão de benefícios a estrangeiros”, diz o economista João Paulo Pessoa, da FGV. Até junho a neblina continua.