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O cerco europeu aos agrotóxicos

A Europa deve ficar menos tolerante aos agrotóxicos nesta sexta-feira. O Comitê de Apelação da Comissão Europeia reúne os representantes dos 28 países para decidir sobre o glifosato, o herbicida mais vendido no mundo. Liberado em mais de 160 países, é o carro-chefe da gigante do agronegócio Monsanto. Mas ele é classificado como um provável […]

MONSANTO: glifosato é o princípio ativo mais utilizado pela fabricante de pesticidas / Sean Gallup/Getty Images
DR

Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2016 às 19h35.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h15.

A Europa deve ficar menos tolerante aos agrotóxicos nesta sexta-feira. O Comitê de Apelação da Comissão Europeia reúne os representantes dos 28 países para decidir sobre o glifosato, o herbicida mais vendido no mundo. Liberado em mais de 160 países, é o carro-chefe da gigante do agronegócio Monsanto. Mas ele é classificado como um provável cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer. A autorização europeia para seu uso expira no dia 1º de julho e os países podem optar por não renovar a licença.

O glifosato é aplicado por aviões – o que favorece a contaminação de um raio ainda maior de solo, podendo atingir comunidades e cursos d’água. O debate na Europa pode ser fundamental para o Brasil. Somos o país que mais consome agrotóxicos no mundo, utilizando mais de 1 milhão de toneladas por ano – uma média de mais de 5 quilos por habitante, cinco vezes mais que nos Estados Unidos.

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Cerca de 70% dos alimentos in natura brasileiros estão contaminados. O Ministério Público Federal move, desde 2008, uma ação judicial para que a Anvisa e o Ministério da Agricultura façam a reavaliação toxicológica de oito substâncias utilizadas nas lavouras, dentre elas o glifosato. A Anvisa afirmou que vai reavaliar a substância. Mas o Brasil deu um passo no sentido oposto ano passado, quando o CTNBio aprovou o uso de sementes transgênicas resistentes a componentes classificados pela própria Anvisa como altamente tóxicos.

“Se a União Europeia decidir por banir o glifosato, será um marco no reconhecimento do impacto para a saúde da substância em todo o mundo”, diz a biomédica Karen Friedrich, pesquisadora da Fiocruz. Até agora, só a França se posicionou publicamente – para os franceses, o glifosato já era.

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