Exame Logo

'O Brasil nos taxa muito. Taxaremos de volta', diz Trump

Republicano mencionou o Brasil e a Índia como possíveis alvos de sua guerra comercial

Donald Trump: ameaças de retaliação contra tarifas brasileiras (AFP)
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 16 de dezembro de 2024 às 18h02.

Última atualização em 16 de dezembro de 2024 às 18h18.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump , disse na manhã desta segunda-feira, 16, que o Brasil é um dos países que mais taxam os produtos americanos e prometeu responder na mesma moeda.

“A palavra 'recíproco' é importante. O Brasil nos taxa muito. Se eles querem nos taxar, tudo bem. Taxaremos de volta”, declarou o líder republicano, durante um evento em Mar-a-Lago, sua residencia na Flórida.

Veja também

Essa foi a primeira vez que Trump citou o Brasil como alvo explícito de suas ameaças de aumento de tarifas. Segundo ele, a Índia também está no radar da nova política americana.

No fim de novembro, Trump anunciou que pretende impor tarifa extra de 25% sobre todos os produtos do México e do Canadá que entrarem no país, e de 10% sobre os da China. Ele disse que as taxas serão mantidas até que os países vizinhos tomem medidas contra a imigração ilegal e o tráfico de fentanil.

Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, depois da China. Neste ano, desde janeiro, o Brasil exportou US$ 36,5 bilhões aos EUA e importou US$ 37,3 bilhões em produtos americanos, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços.

Em 2023, os Estados Unidos compraram US$ 29,9 bilhões em produtos manufaturados brasileiros, como aeronaves, aço, máquinas para construção e mineração, motores e geradores. Além disso, o país exporta muito café em grão e suco de laranja aos EUA.

Em dezembro de 2019, o republicano anunciou subitamente que aumentaria tarifas sobre o aço e o alumínio do Brasil, mas recuou da medida em duas semanas, após conversar com o então presidente Jair Bolsonaro. A medida nunca entrou em vigor.

"Acho que o Brasil está mais preparado hoje para amortecer esses tipos de política e há tempo para buscar outros parceiros comerciais", diz Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM. Um exemplo disso foi o avanço do acordo entre União Europeia e Mercosul, fechado no começo de dezembro e que aguarda ratificação pelos europeus.

Investimentos bilionários

O republicano deu as declarações durante um evento em Mar-a-Lago, na Flórida, ao lado do CEO do SoftBank, Masayoshi Son, que anunciou um plano de investir US$ 100 bilhões nos EUA nos próximos quatro anos.

“Ele está fazendo isso porque se sente muito otimista em relação ao nosso país desde a eleição”, disse Trump, acrescentando que a promessa representava uma "demonstração de confiança no futuro dos Estados Unidos".

O plano inclui uma promessa de criar 100 mil empregos focados em inteligência artificial e infraestrutura relacionada, incluindo investimentos em centros de dados, semicondutores e energia, de acordo com pessoas ligadas ao SoftBank.

Com Agência O Globo.

Acompanhe tudo sobre:Donald Trump

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame