François Bayrou, presidente do partido Movimento Democrático (MoDem) (Daniel Pier/NurPhoto /Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 16h41.
O novo primeiro-ministro da França, François Bayrou, declarou nesta sexta-feira, 13, durante sua posse, que está ciente da “montanha de dificuldades” que tem pela frente, “um Himalaia” que lhe traz “mais chances de fracasso do que de sucesso”.
“Mas, diante disso, estou convencido de que há um caminho sem precedentes, marcado pela vontade de conciliar”, declarou o veterano político, que citou a luta contra o déficit público como sua prioridade em um momento de “gravidade máxima”.
Bayrou, de 73 anos, lembrou que a redução da dívida pública foi o tema central das três campanhas presidenciais que liderou e mandou uma mensagem aos seus antecessores por terem esquecido o problema “durante décadas”. Ele foi brando com o presidente, Emmanuel Macron, com quem mantém uma aliança desde 2017, que, segundo ele, teve de lidar com “um acúmulo de crises”.
“Temos o dever, em um momento grave para o país, para a Europa e para o futuro do planeta, de enfrentar de olhos abertos a situação herdada ao longo de muitas décadas”, disse o novo chefe de governo francês, que considerou “um problema moral” deixá-la como legado para seus filhos.
O veterano líder de centro insistiu na necessidade de combater a desconexão entre a classe política e o povo e se comprometeu a responder aos problemas “dos cidadãos comuns, aqueles que trabalham todos os dias”, com uma menção especial ao “ambiente rural” do qual ele é originário.
“Nosso dever é trabalhar obsessivamente em favor daqueles que não têm oportunidades”, afirmou Bayrou.
Bayrou prometeu responder à promessa feita por Macron em 2017 de acabar com o imobilismo social baseado em nascimento ou religião. O novo primeiro-ministro do país afirmou que tomaria como exemplo seu admirado Henrique IV, o rei que no século XVI se converteu ao catolicismo para pôr fim a décadas de guerras religiosas que ensanguentaram a França.
“Ele entendeu que tínhamos que sair das guerras inúteis para nos concentrarmos no futuro do país. Se eu puder, tentarei servir a esse ideal, o da reconciliação, que é o único caminho para o sucesso”, declarou.
Seu antecessor, o conservador Michel Barnier, entregou-lhe o comando, pedindo a Bayrou que não se esqueça das conquistas de seu governo e defendeu seu legado.
“Colocamos o país de volta nos trilhos depois de três meses de paralisia”, afirmou.