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Nos EUA, papa fala em responsabilidades e esforços

O papa Francisco protagonizou um ato histórico: o primeiro discurso de um pontífice perante o Congresso dos Estados Unidos

O papa Francisco (Andrew Harrer/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2015 às 16h34.

Washington - O papa Francisco protagonizou nesta quinta-feira um ato histórico: o primeiro discurso de um pontífice perante o Congresso dos Estados Unidos , e nele fez, entre outros apelos, o pedido para que os políticos tenham responsabilidades.

"Somos filhos desse grande continente do qual recebemos tanto e, por isso, temos uma missão comum. Temos responsabilidades", disse o pontífice que ressaltou que ele também é filho de imigrantes.

Em um discurso de exatos 50 minutos, o papa citou personalidades históricas dos Estados Unidos, como o ex-presidente Abraham Lincoln; o vencedor do prêmio Nobel, Martin Luther King; e a fundadora do Movimento Operário Católico, Dorothy Day, na tentava de ilustrar a defesa da liberdade, a prática dela e a proteção aos direitos humanos.

Depois de passar por Cuba, o papa, que desempenhou um papel-chave no reatamento das relações cubano-americanas, destacou que seu "dever é construir pontes" e reconheceu os "esforços realizados nos últimos meses" para superar o que denominou como "diferenças históricas".

"Um bom líder político é aquele que, com o interesse de todos em mente, tenta começar processos em vez de interrompê-los e usar o diálogo a serviço da paz. Isso significa estar determinado a minimizar em longo prazo os muitos conflitos armados no mundo. Quando países que estiveram em conflito retomam o caminho do diálogo, novos horizontes são abertos para todos", afirmou Francisco.

O papa também abordou a crise de refugiados, a pior desde a Segunda Guerra Mundial, e destacou que isso representa um grande desafio e precisa de decisões firmes.

"Não devemos nos impressionar com os números. Devemos olhar para as pessoas e para seus rostos tentando responder da forma justa e fraterna. Vamos nos lembrar da regra de ouro: 'não faça com os outros o que você não quer que façam com você'", disse o pontífice que nesse momento foi aplaudido de pé.

Em seguida, ele lembrou que muitos americanos também têm origens estrangeiras.

"Diante de estrangeiros não devemos repetir os pecados do passado. Não devemos dar as costas aos nossos vizinhos. Devemos, sim, rejeitar uma postura de hostilidade. Vamos ajudar os outros como gostaríamos de ser ajudados. Se queremos segurança, vamos dar segurança; se queremos vida, vamos dar vida", declarou o papa.

Sobre o extremismo ideológico, Francisco disse que combater a violência cometida em nome de uma religião, uma ideologia ou um sistema econômico requer equilíbrio. "Não devemos cair na tentação de combater o mal com o mal", frisou.

Uma das falas do papa interrompida pelos aplausos dos congressistas foi a que ele defendeu o fim da pena de morte vigente em 32 dos 50 estados americanos.

"Uma pena justa e necessária nunca deve excluir a dimensão da esperança e o objetivo da reabilitação. Estou convencido que este é o melhor caminho, porque todas as vidas são sagradas", justificou.

Como esperado, o papa se referiu à encíclica "Laudato si'", na qual critica duramente o tratamento que o atual sistema econômico dá ao planeta e propõe uma mudança que permita garantir a sustentabilidade do desenvolvimento das gerações futuras.

Por fim, Francisco falou sobre o evento que participará no sábado na Filadélfia, o 8º Encontro Mundial das Famílias.

"É preciso encorajar e apoiar as famílias ameaçadas e resgatar a beleza da vida familiar. Em particular, gostaria de chamar atenção para os membros mais jovens das famílias, que são os mais vulneráveis, que às vezes parecem estar em um labirinto. Os problemas deles são os nossos problemas", alertou.

Antes de deixar púlpito, o papa pronunciou a emblemática frase "Deus salve à América".

Depois disso, o papa foi ao National Statuary Hall, uma sala repleta de imagens, onde parou por alguns instantes na frente do já canonizado Junípero Serra. De lá, foi até à varanda do Capitólio e, diante da multidão que o aguardava, pediu, como costuma ser habitual: "Rezem por mim, por favor".

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Washington - O papa Francisco protagonizou nesta quinta-feira um ato histórico: o primeiro discurso de um pontífice perante o Congresso dos Estados Unidos , e nele fez, entre outros apelos, o pedido para que os políticos tenham responsabilidades.

"Somos filhos desse grande continente do qual recebemos tanto e, por isso, temos uma missão comum. Temos responsabilidades", disse o pontífice que ressaltou que ele também é filho de imigrantes.

Em um discurso de exatos 50 minutos, o papa citou personalidades históricas dos Estados Unidos, como o ex-presidente Abraham Lincoln; o vencedor do prêmio Nobel, Martin Luther King; e a fundadora do Movimento Operário Católico, Dorothy Day, na tentava de ilustrar a defesa da liberdade, a prática dela e a proteção aos direitos humanos.

Depois de passar por Cuba, o papa, que desempenhou um papel-chave no reatamento das relações cubano-americanas, destacou que seu "dever é construir pontes" e reconheceu os "esforços realizados nos últimos meses" para superar o que denominou como "diferenças históricas".

"Um bom líder político é aquele que, com o interesse de todos em mente, tenta começar processos em vez de interrompê-los e usar o diálogo a serviço da paz. Isso significa estar determinado a minimizar em longo prazo os muitos conflitos armados no mundo. Quando países que estiveram em conflito retomam o caminho do diálogo, novos horizontes são abertos para todos", afirmou Francisco.

O papa também abordou a crise de refugiados, a pior desde a Segunda Guerra Mundial, e destacou que isso representa um grande desafio e precisa de decisões firmes.

"Não devemos nos impressionar com os números. Devemos olhar para as pessoas e para seus rostos tentando responder da forma justa e fraterna. Vamos nos lembrar da regra de ouro: 'não faça com os outros o que você não quer que façam com você'", disse o pontífice que nesse momento foi aplaudido de pé.

Em seguida, ele lembrou que muitos americanos também têm origens estrangeiras.

"Diante de estrangeiros não devemos repetir os pecados do passado. Não devemos dar as costas aos nossos vizinhos. Devemos, sim, rejeitar uma postura de hostilidade. Vamos ajudar os outros como gostaríamos de ser ajudados. Se queremos segurança, vamos dar segurança; se queremos vida, vamos dar vida", declarou o papa.

Sobre o extremismo ideológico, Francisco disse que combater a violência cometida em nome de uma religião, uma ideologia ou um sistema econômico requer equilíbrio. "Não devemos cair na tentação de combater o mal com o mal", frisou.

Uma das falas do papa interrompida pelos aplausos dos congressistas foi a que ele defendeu o fim da pena de morte vigente em 32 dos 50 estados americanos.

"Uma pena justa e necessária nunca deve excluir a dimensão da esperança e o objetivo da reabilitação. Estou convencido que este é o melhor caminho, porque todas as vidas são sagradas", justificou.

Como esperado, o papa se referiu à encíclica "Laudato si'", na qual critica duramente o tratamento que o atual sistema econômico dá ao planeta e propõe uma mudança que permita garantir a sustentabilidade do desenvolvimento das gerações futuras.

Por fim, Francisco falou sobre o evento que participará no sábado na Filadélfia, o 8º Encontro Mundial das Famílias.

"É preciso encorajar e apoiar as famílias ameaçadas e resgatar a beleza da vida familiar. Em particular, gostaria de chamar atenção para os membros mais jovens das famílias, que são os mais vulneráveis, que às vezes parecem estar em um labirinto. Os problemas deles são os nossos problemas", alertou.

Antes de deixar púlpito, o papa pronunciou a emblemática frase "Deus salve à América".

Depois disso, o papa foi ao National Statuary Hall, uma sala repleta de imagens, onde parou por alguns instantes na frente do já canonizado Junípero Serra. De lá, foi até à varanda do Capitólio e, diante da multidão que o aguardava, pediu, como costuma ser habitual: "Rezem por mim, por favor".

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