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Nobel da Paz: coletiva com María Corina é adiada sem paradeiro da vencedora

Opositora venezuelana não é vista desde janeiro e segue sem paradeiro confirmado

Maria Corina Machado: a líder da oposição venezuelana é a vencedora do Nobel da Paz de 2025. (PEDRO MATTEY/AFP)

Maria Corina Machado: a líder da oposição venezuelana é a vencedora do Nobel da Paz de 2025. (PEDRO MATTEY/AFP)

Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 07h32.

Última atualização em 9 de dezembro de 2025 às 11h09.

A entrevista coletiva da vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025 e opositora venezuelana, María Corina Machado, marcada para esta terça-feira, 9, em Oslo, foi adiada e segue sem horário definido.

A expectativa, segundo o Instituto Nobel, é que o encontro com jornalistas ainda ocorra ao longo do dia, a poucas horas da cerimônia de entrega do prêmio, prevista para quarta-feira, 10.

“Tudo indica que conseguiremos ter a entrevista coletiva hoje”, disse à AFP o porta-voz do Instituto, Erik Aasheim, após o anúncio do adiamento, inicialmente previsto para 13h locais (9h de Brasília).

Corina, de 58 anos, está fora do cenário público desde janeiro. A ausência alimenta especulações sobre seu paradeiro e reforça o clima de tensão em torno da entrega do prêmio, especialmente depois que ela é considerada clandestina desde agosto de 2024, em meio a denúncias de fraude eleitoral na Venezuela.

O Instituto Nobel confirmou no sábado, 6, que Corina estará presente na cerimônia oficial. Entretanto, ela não é vista em público desde 9 de janeiro, quando participou de um protesto em Caracas contra o terceiro mandato de Nicolás Maduro.

María Corina foi impedida de disputar as eleições presidenciais de julho de 2024, vencidas por Maduro. Ela afirma que houve fraude contra seu candidato, Edmundo González, e chegou a publicar imagens de registros das urnas eletrônicas como suposta evidência. O governo chavista rejeita as acusações.

Nos últimos meses, o ministro do Interior, Diosdado Cabello, afirmou que María Corina está fora da Venezuela, mas a informação nunca foi confirmada. Sua família em Oslo também diz desconhecer sua localização. Desde segunda-feira, circulam diferentes versões sobre sua eventual chegada à capital norueguesa para receber o prêmio.

Convidados e repercussão internacional

A cerimônia na prefeitura de Oslo deve contar com presença de líderes regionais, convidados pela própria María Corina, como o presidente da Argentina, Javier Milei, o panamenho José Raúl Mulino, o equatoriano Daniel Noboa e o paraguaio Santiago Peña.

Além da medalha de ouro e do diploma, o Prêmio Nobel da Paz inclui o valor de 1,2 milhão de dólares. Corina Machado é a principal referência da oposição venezuelana e tornou-se símbolo da resistência ao chavismo após sua exclusão das eleições.

Parentes e aliados da premiada já estão em Oslo, incluindo personalidades da cultura, política e imprensa venezuelana no exílio. A presença da líder no evento, contudo, segue envolta em incerteza — elemento que reforça a dimensão política do prêmio e o impacto internacional da crise venezuelana.

*Com informações da AFP

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