Kan pediu a todas as pessoas que vivem próximas da região que não saiam das casas, não abram as janelas e evitem ligar os aparelhos de ar-condicionado (Kantei)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2011 às 06h10.
Tóquio - As autoridades do Japão alertaram sobre o aumento dos níveis de radiação após a explosão e o incêndio ocorridos na manhã desta terça-feira na usina nuclear de Fukushima.
Segundo a agência "Kyodo", a radiação foi até 33 vezes superior ao limite legal em Utsunomiya, capital da província de Tochigi, ao norte de Tóquio, e também se mediu radiação nove vezes acima do normal em Kanagawa, ao sul da capital japonesa.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, indicou que os níveis de radiação se elevaram significativamente após os incidentes ocorridos nesta terça-feira em Fukushima, onde quatro reatores já sofreram avarias.
Kan pediu a todas as pessoas que vivem em um perímetro de 30 quilômetros ao redor da usina que não saiam de suas casas, não abram as janelas e evitem ligar os aparelhos de ar-condicionado.
O Ministério de Transportes estabeleceu uma zona de exclusão aérea dentro da área classificada como de risco em Fukushima, onde uma explosão ao amanhecer atingiu o invólucro secundário do reator número 2 e um incêndio foi registrado no edifício do reator 4.
Yukio Edano, o porta-voz do Governo, assinalou que o nível de radiação chegou a 100 vezes acima do limite normal no reator número 4, enquanto no reator número 3 o índice foi até 400 vezes superior.
Edano disse que os níveis podem se tornar prejudiciais à saúde humana se seguirem aumentando.
Apenas 50 dos 800 trabalhadores de Fukushima permanecem na usina, que evacuou o restante pelo risco de contaminação nuclear após o terremoto de 9 graus.
A empresa operadora da central, a Tokyo Electric Power (Tepco), reconheceu que não descarta fusões parciais do núcleo dos reatores 1, 2 e 3, pois o 4 não estava em funcionamento no momento das chamas.
Kan solicitou que os cidadãos japoneses mantenham a calma diante da série de acidentes em Fukushima, que deixaram o mundo alarmado pelo temor de uma emergência nuclear.
No entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) assegurou que eram limitadas as radiações emitidas desde Fukushima até então.