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Nikki Haley luta contra Trump e pesquisas desfavoráveis

A ex-embaixadora da ONU, de 52 anos, é agora a única adversária de seu antigo chefe e espera vencer as primárias em seu estado em 24 de fevereiro

Pesquisa do "Washington Post" e da Universidade Monmouth publicada na quinta-feira mostrou que Trump supera Haley por 58% a 32% nas intenções de voto (Win Mcnamee/Scott Olson/AFP)

Pesquisa do "Washington Post" e da Universidade Monmouth publicada na quinta-feira mostrou que Trump supera Haley por 58% a 32% nas intenções de voto (Win Mcnamee/Scott Olson/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 17h32.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2024 às 17h58.

Nikki Haley tentou animar a multidão durante um churrasco na Carolina do Sul, apesar de as pesquisas anteciparem que Donald Trump vai derrotá-la em seu estado natal nas primárias republicanas para a escolha do candidato do partido à Presidência.

"Cara a cara, Trump não vence Joe Biden. Eu derroto Biden", disse a ex-governadora da Carolina do Sul a seus apoiadores na quinta-feira, junto a um bufê que servia frango frito e carne de porco.

A ex-embaixadora da ONU, de 52 anos, é agora a única adversária de seu antigo chefe e espera vencer as primárias em seu estado em 24 de fevereiro.

Sua mensagem se dirige aos republicanos mais moderados e aos democratas indecisos. Ela baseia suas críticas no "caos" do primeiro mandato de Trump e ataca tanto o ex-presidente, de 77 anos, quanto Biden, de 81, por considerá-los velhos demais para uma segunda gestão.

A batalha tem sido dura. Uma pesquisa do Washington Post e da Universidade Monmouth publicada na quinta-feira mostrou que Trump supera Haley por 58% a 32% nas intenções de voto.

Mas os apoiadores de Haley no restaurante Doc's Barbecue de Columbia, capital da Carolina do Sul, acreditam que ela ainda pode vencer. Para eles, estas eleições consistem em escolher entre um "republicano e um fascista".

"Fibra moral"

"Gosto muito de sua fibra moral", declarou Sarah Rock, de Columbia, que usa na blusa uma insígnia vermelha, branca e azul com o lema "Escolho Nikki". "Ela não vai ter problemas penais e acho que ela é o que o nosso país precisa". 

Jody Lowman, de Lexington, Carolina do Sul, ficou encantando com o discurso de Haley. "Trump vai nos levar a outra guerra mundial, se Biden não o fizer antes", opina.

A sombra que seu adversário projeta é grande. Do lado de fora do comício de Haley, uma caminhonete com bandeiras pró-Trump percorria a autopista em espiral.

Há semanas, Trump se apresenta como o suposto candidato republicano em sua tentativa de voltar à Casa Branca.

O bilionário arrasou nas duas primeiras votações em Iowa e New Hampshire, onde Haley esperava apelar a seus eleitores mais independentes.

Diferentemente do governador da Flórida, Ron DeSantis, Haley se negou a desistir para que Trump se concentre na luta contra Biden.

Ela se baseia em uma série de pesquisas que mostram que ela teria mais chances que Trump de derrotar o presidente em um hipotético confronto.

Trump, por sua vez, tem sido obrigado a continuar lutando na Carolina do Sul, usando recursos que preferiria empregar em sua campanha nacional e nos muitos casos legais que enfrenta.

Nem água

"Não daria água a Nikki nem que tivesse sede", afirmou a cuidadora Regina Sidik, de 56 anos, depois que os republicanos locais pró-Trump deram uma coletiva de imprensa, na quinta-feira, na escadaria do Parlamento da Carolina do Sul. 

Vestindo uma camiseta com a inscrição "Time Trump", Sidik admite ter votado nos democratas por 20 anos, mas que passou para o lado do ex-astro de 'reality show' porque quer que os Estados Unidos sejam "grandes de novo".

As esperanças de Haley de conseguir abrir vantagem em casa parecem se esfumar. "Não é boa. Não fez nada por nenhum de nós", disse Sidik.

Haley também tem se envolvido em uma série de polêmicas em sua campanha, como quando evitou dizer que a escravidão foi a causa da Guerra Civil americana.

Um tema importante na Carolina do Sul, com grande população afro-americana que os democratas, que realizam suas primárias no estado no sábado, também tentam seduzir.

Sua persistência em continuar na disputa incomoda Trump.

Em um discurso da vitória mal-humorado em New Hampshire, Trump se cercou de líderes da Carolina do Sul, incluindo o atual governador, em uma demonstração de força, e atacou Haley por se negar a desistir.

Ele também recorreu a ataques racistas, referindo-se reiteradamente a Haley, filha de imigrantes, por seu nome de registro, Nimarata, que certa vez escreveu errado nas redes sociais.

Uma jogada que lembrava a forma frequente como chamava Barack Obama por seu segundo nome, Hussein, para dizer que ele não reunia os requisitos para ser presidente por ter nascido fora dos Estados Unidos.

Haley insiste em que não tem "nenhum problema pessoal" com Trump, mas continuará lutando pela Carolina do Sul e além, desde de que continue se aproximando da cota de votos de Trump.

"Este é um estado no qual temos trabalhado muito duro", disse a jornalistas depois do comício.

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