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Nicarágua inicia obras de canal concorrente ao do Panamá

A obra, avaliada em US$ 50 bilhões, tem sido alvo de irritação e protestos dos cidadãos do país nas últimas semanas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2014 às 13h26.

Manágua - Autoridades nicaraguenses e a companhia chinesa HKND inauguraram na segunda-feira as obras de construção de um canal transoceânico que vai competir com o Canal do Panamá. A obra, avaliada em US$ 50 bilhões, tem sido alvo de irritação e protestos dos cidadãos do país nas últimas semanas.

O presidente Daniel Ortega, ao lado do presidente do grupo HKND, Wang Jing, disse que o canal vai mudar a economia da Nicarágua , um dos países mais pobres da América Latina , assim como o restante do hemisfério.

Em discurso transmitido pela televisão, Ortega prometeu que o projeto terá impacto mínimo no meio ambiente e que os fazendeiros preocupados com suas terras receberão um preço justo por suas propriedades.

A inauguração marcou o início de alguns projetos auxiliares em Brito, cidade que fica a cerca de 5 quilômetros da costa do Pacífico, onde o primeiro porto será construído. Autoridades dizem que o canal estará totalmente operacional em 2019.

O projeto se estende por 278 quilômetros entre o Caribe e o Pacífico. O canal será a realização de um sonho que já foi estudado e descartado várias vezes desde o início dos anos 1800.

No ao passado, aliados de Ortega no Congresso aceleraram a aprovação da legislação que concedeu à HKND, cuja sede fica em Hong Kong, uma concessão por 50 anos, renováveis por mais 50, para a construção e operação do canal em troca do pagamento de US$ 10 milhões por ano, assim que a obra estiver em funcionamento. A lei permite que a HKND desenvolva projetos auxiliares - portos, aeroportos, estradas e uma ferrovia - mesmo se o canal não seja construído.

Ambientalistas acusam o governo de controlar os estudos de impacto ambiental e de ignorar as ameaças que o tráfego de carga pesada representa ao lago Nicarágua, a principal fonte de água do país.

A HKND contratou a respeitável empresa britânica de consultoria Environmental Resources Management (ERM), cerca de um ano atrás, para avaliar os impactos ambiental e social do projeto, que deve desalojar 29 mil pessoas. No final de julho, apenas duas semanas depois de a HKND ter anunciado sua preferência de rota para o canal, a consultoria britânica realizou reuniões em sete cidades durante dez dias, segundo documento divulgado no site de HKND.

Alguns dos que participaram das reuniões saíram com a sensação de que foram apenas notificados do que aconteceria, em vez de participarem de um debate. Os que perguntaram quanto receberiam por suas terras foram informados que autoridades iriam a cada propriedade para informá-los.

O grupo Cocibolca, que reúne várias organizações não-governamentais, comunidades e pessoas ligadas ao meio ambiente, emitiu um comunicado na segunda-feira dizendo ser uma irresponsabilidade começar a construção antes da conclusão dos relatórios sobre impacto social e ambiental.

"Este é o oposto das práticas ambientais mais básicas e aos padrões nacionais e internacional, além de ameaçar as condições de vida de comunidades indígenas e de afrodescendentes, assim como toda a população do país", diz o documento. Fonte: Associated Press.

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Manágua - Autoridades nicaraguenses e a companhia chinesa HKND inauguraram na segunda-feira as obras de construção de um canal transoceânico que vai competir com o Canal do Panamá. A obra, avaliada em US$ 50 bilhões, tem sido alvo de irritação e protestos dos cidadãos do país nas últimas semanas.

O presidente Daniel Ortega, ao lado do presidente do grupo HKND, Wang Jing, disse que o canal vai mudar a economia da Nicarágua , um dos países mais pobres da América Latina , assim como o restante do hemisfério.

Em discurso transmitido pela televisão, Ortega prometeu que o projeto terá impacto mínimo no meio ambiente e que os fazendeiros preocupados com suas terras receberão um preço justo por suas propriedades.

A inauguração marcou o início de alguns projetos auxiliares em Brito, cidade que fica a cerca de 5 quilômetros da costa do Pacífico, onde o primeiro porto será construído. Autoridades dizem que o canal estará totalmente operacional em 2019.

O projeto se estende por 278 quilômetros entre o Caribe e o Pacífico. O canal será a realização de um sonho que já foi estudado e descartado várias vezes desde o início dos anos 1800.

No ao passado, aliados de Ortega no Congresso aceleraram a aprovação da legislação que concedeu à HKND, cuja sede fica em Hong Kong, uma concessão por 50 anos, renováveis por mais 50, para a construção e operação do canal em troca do pagamento de US$ 10 milhões por ano, assim que a obra estiver em funcionamento. A lei permite que a HKND desenvolva projetos auxiliares - portos, aeroportos, estradas e uma ferrovia - mesmo se o canal não seja construído.

Ambientalistas acusam o governo de controlar os estudos de impacto ambiental e de ignorar as ameaças que o tráfego de carga pesada representa ao lago Nicarágua, a principal fonte de água do país.

A HKND contratou a respeitável empresa britânica de consultoria Environmental Resources Management (ERM), cerca de um ano atrás, para avaliar os impactos ambiental e social do projeto, que deve desalojar 29 mil pessoas. No final de julho, apenas duas semanas depois de a HKND ter anunciado sua preferência de rota para o canal, a consultoria britânica realizou reuniões em sete cidades durante dez dias, segundo documento divulgado no site de HKND.

Alguns dos que participaram das reuniões saíram com a sensação de que foram apenas notificados do que aconteceria, em vez de participarem de um debate. Os que perguntaram quanto receberiam por suas terras foram informados que autoridades iriam a cada propriedade para informá-los.

O grupo Cocibolca, que reúne várias organizações não-governamentais, comunidades e pessoas ligadas ao meio ambiente, emitiu um comunicado na segunda-feira dizendo ser uma irresponsabilidade começar a construção antes da conclusão dos relatórios sobre impacto social e ambiental.

"Este é o oposto das práticas ambientais mais básicas e aos padrões nacionais e internacional, além de ameaçar as condições de vida de comunidades indígenas e de afrodescendentes, assim como toda a população do país", diz o documento. Fonte: Associated Press.

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