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Netanyahu chama ONU de "casa das mentiras" antes de votação

Os 193 membros da ONU farão uma rara sessão especial de emergência para votar o esboço de resolução contra a decisão dos EUA sobre Jerusalém

Benjamin Netanyahu: "o Estado de Israel rejeita totalmente esta votação, mesmo antes da aprovação (da resolução)" (Gali Tibbon/Divulgação/Reuters)

Benjamin Netanyahu: "o Estado de Israel rejeita totalmente esta votação, mesmo antes da aprovação (da resolução)" (Gali Tibbon/Divulgação/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 11h42.

Jerusalém - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descreveu a Organização das Nações Unidas (ONU) como uma "casa das mentiras" antes de uma votação programada para esta quinta-feira sobre um esboço de resolução que pede que os Estados Unidos voltem atrás em seu reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel.

"O Estado de Israel rejeita totalmente esta votação, mesmo antes da aprovação (da resolução)", disse Netanyahu em um discurso feito na inauguração de um hospital na cidade portuária de Ashdod.

Os 193 membros da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) farão uma rara sessão especial de emergência nesta quinta-feira, a pedido de países árabes e muçulmanos, para votar o esboço de resolução, que os EUA vetaram na segunda-feira no Conselho de Segurança de 15 integrantes da ONU.

Provocando revolta nos palestinos e no mundo árabe e muçulmano, e preocupação entre os aliados ocidentais de Washington, o presidente norte-americano, Donald Trump, reverteu décadas de política externa dos EUA repentinamente no dia 6 de dezembro ao reconhecer Jerusalém como a capital israelense.

Palestinos têm protestado diariamente na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza desde o anúncio de Trump, apedrejando forças de segurança e queimando pneus. Militantes de Gaza também fizeram disparos esporádicos de foguetes.

Oito palestinos foram mortos por disparos de tropas israelense durante as manifestações e dezenas ficaram feridos, disseram autoridades de saúde palestinas. Dois militantes morreram em um ataque aéreo de Israel em Gaza após um ataque com foguetes.

Na quarta-feira, Trump ameaçou cortar a ajuda financeira a países que votarem a favor do esboço de resolução, e sua embaixadora na ONU, Nikki Haley, disse que os EUA "anotarão os nomes".

Em seu discurso, Netanyahu agradeceu Trump e Haley por sua "postura corajosa e inflexível", e repetiu sua previsão de que futuramente outros países seguirão o exemplo de Washington se comprometendo a transferir suas embaixadas de Tel Aviv para Jerusalém.

"A atitude de muitos países, em todos os continentes, fora dos muros das Nações Unidas em relação a Israel está mudando e por fim permeará a ONU - a casa das mentiras", afirmou.

A maioria das nações encara o status de Jerusalém como uma questão a ser resolvida em um eventual acordo entre israelenses e palestinos, embora o processo esteja emperrado. Israel considera Jerusalém como sua capital eterna e indivisível e quer todas as embaixadas na cidade.

Os palestinos querem a capital de um futuro Estado independente no setor oriental de Jerusalém, que os israelenses capturaram na Guerra dos Seis Dias de 1967 e anexaram, uma ação jamais reconhecida internacionalmente.

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