Mundo

Município de Jerusalém quer criar 1.440 unidades habitacionais no local da sede da UNRWA

Knesset aprovou duas leis para limitar operações da UNRWA em Jerusalém Oriental e territórios palestinos

Conflito em Jerusalém: Israel aprova lei para restringir a atuação da UNRWA (AFP)

Conflito em Jerusalém: Israel aprova lei para restringir a atuação da UNRWA (AFP)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 29 de outubro de 2024 às 19h19.

Última atualização em 29 de outubro de 2024 às 19h57.

Tudo sobreIsrael
Saiba mais

Há meses, o município de Jerusalém tem promovido um plano para construir 1,44 mil casas no terreno onde se localiza a sede da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). O projeto ganhou impulso com a aprovação de uma lei que proíbe as atividades da agência em território israelense.

“Não queremos vê-los de forma alguma. Nem seus carros nem suas bandeiras”, afirmou Ariel King, vice-prefeito de Jerusalém, sobre a possível expulsão da UNRWA de sua sede em Jerusalém Oriental, uma área ocupada e anexada por Israel. King é um defensor ativo do plano de construção de mais de mil casas para colonos judeus no bairro palestino de Sheikh Jarrah.

Conflito de propriedade em terrenos palestinos

King argumenta que a terra é propriedade do Estado, por meio da Autoridade de Terras de Israel (ATI), e acusa a agência da ONU de “invasão” da região. A UNRWA possui instalações também no campo de refugiados de Qalandia, na fronteira da Cisjordânia, onde King alega que a terra pertence ao Fundo Nacional Judaico, criado no início do século 20 para aquisição de terras palestinas.

Jonathan Fowler, porta-voz da UNRWA, afirmou que a agência possui um contrato de aluguel válido desde a década de 1950, firmado com a Jordânia, que administrou Jerusalém Oriental até 1967. Após a ocupação israelense, o contrato foi mantido com as autoridades locais, mas sem transferência de titularidade.

Campanha israelense contra a UNRWA

As instalações da UNRWA, conforme estipulado pelo Conselho de Segurança da ONU, são invioláveis, não podendo ser sujeitas a “busca, requisição, confisco ou expropriação”. Apesar disso, em maio, a ATI ordenou que a agência desocupasse suas instalações em 30 dias, mas a ordem não foi cumprida.

Em meio a protestos organizados por autoridades locais, incluindo King, a sede da UNRWA foi cercada por manifestantes israelenses que atearam fogo no pátio do complexo. “Não haverá lugar para o inimigo em nossa cidade sagrada”, escreveu King na rede social X (ex-Twitter).

Israel acusa a UNRWA de ser influenciada pelo Hamas, afirmando que 2,1 mil funcionários do grupo militante trabalham para a agência, sendo 12 supostamente envolvidos nos ataques de 7 de outubro de 2023. A UNRWA iniciou uma investigação interna e demitiu os envolvidos. Em agosto, a ONU concluiu que nove funcionários podem ter participado dos ataques, embora Israel não tenha apresentado provas.

Na segunda-feira, o Knesset aprovou duas leis para proibir a UNRWA de operar em Jerusalém Oriental e restringir suas atividades na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

O Hamas em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém é o mesmo”, concluiu King.

Acompanhe tudo sobre:JerusalémONUIsrael

Mais de Mundo

Irã planeja aumentar orçamento de Defesa em quase 200%

Voto latino é fundamental nos EUA, mas ainda negligenciado pelos partidos

Diferença entre Kamala e Trump vai para 1 ponto, diz pesquisa Reuters/Ipsos

EXCLUSIVO: Trump tem 48% e Kamala, 47% no Arizona, diz pesquisa EXAME/Ideia