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Mubarak é transferido para unidade de tratamento intensivo

Mubarak deu entrada no hospital às 17h00 no resort Red Sea, onde está vivendo com sua família desde que protestos antigovernamentais o forçaram a renunciar em fevereiro

Mubarak foi deposto após 18 dias de protestos contra seu regime (Franco Origlia/Getty Images)

Mubarak foi deposto após 18 dias de protestos contra seu regime (Franco Origlia/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2011 às 20h00.

Cairo - O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak foi internado na unidade de tratamento intensivo do Hospital Internacional de Sharm el-Sheikh, no resort Red Sea, pouco depois de sofrer um ataque cardíaco durante um interrogatório, informou a agência oficial Mena.

Seus filhos, Alaa e Gamal, que foram interrogados por promotores em al-Tor, capital do Sinai do Sul, voltaram para Sharm el-Sheikh após serem informados da internação do pai, informou uma fonte de segurança.

"O interrogatório de Alaa e Gamal Mubarak continuará em Sharm el-Sheikh", acrescentou.

Mubarak deu entrada no hospital às 17H00 (12H00 de Brasília) no resort Red Sea, onde está vivendo com sua família desde que protestos antigovernamentais o forçaram a renunciar em fevereiro.

A rede de televisão estatal informou que Mubarak recusou-se a comer ou beber desde que recebeu a notícia, nesta terça-feira de manhã, de que seria interrogado.

No domingo, o promotor público Abdel Magid Mahmud ordenou a investigação, como parte de uma varredura de casos de corrupção e abuso.

Protestos por todo o país que eclodiram no dia 25 de janeiro forçaram Mubarak a sair do poder após 30 anos, deixando o país nas mãos de um conselho militar.

"Mubarak foi admitido no Hospital Internacional de Sharm el-Sheikh nesta tarde, em meio a uma segurança muito forte na cidade", informou uma fonte de segurança à AFP.

Ele foi internado na ala VIP do hospital, informou a rede de televisão estatal, acrescentando que o hospital não estava aceitando quaisquer pacientes, exceto os casos de emergência.

Carros de polícia e ambulâncias cercavam o hospital, divulgou a emissora.

O ex-presidente estava vestido com um agasalho preto e branco, segundo uma testemunha.

Quando indagado sobre se Mubarak estava bem de saúde, o diretor do hospital Mohammed Fathallah respondeu: "De alguma forma".

O jornal estatal Al-Ahram, citando fontes em Sharm el-Sheikh, informou em seu site que Mubarak tinha ido ao hospital "a pretexto de um mal-estar, a fim de não enfrentar um interrogatório".

Os Mubarak seriam interrogados por denúncias "ligadas aos crimes de violência contra os manifestantes, levando a mortes e ferimentos", informou a agência de notícias oficial Mena no domingo.

Os protestos, que levaram a diversos confrontos entre manifestantes, policiais e simpatizantes de Mubarak, deixaram cerca de 800 pessoas mortas e mais de 6 mil feridas.

O ex-presidente também seria sobre denúncias de corrupção, acrescentou a agência.

A convocação do Ministério Público chegou após a divulgação de uma fita de áudio na qual Mubarak defendia sua reputação e após semanas de protestos pedindo que ele fosse levado a julgamento.

Na mensagem de áudio, divulgada na rede de televisão pan-árabe Al-Arabiya, Mubarak afirmou que foi vítima de uma campanha difamatória.

Ele prometeu ajudar em uma investigação sobre os ativos de sua família no exterior, mas sua rebeldia ao ameaçar lançar processos contra a mídia irritaram os egípcios, que têm pressionado por seu julgamento.

Após renunciar, Mubarak e sua família mudaram-se para uma residência em Sharm el-Sheikh. Embora ele esteja sujeito a uma proibição de viajar, sua relativa liberdade tem sido uma pedra no sapato dos governantes militares.

Protestos semanais exigindo o seu julgamento atraíram dezenas de milhares de pessoas e, inclusive, conduziram a um confronto mortal com soldados na madrugada de sábado, depois que eles tentaram dispersar uma manifestação na Praça Tahrir, no Cairo.

Os militares admitiram que uma pessoa morreu baleada, mas negaram ter utilizado a força ou munição de verdade para dispersar os manifestantes.

Idolatrado como um salvador no início da revolta por ter-se recusado a reprimir os manifestantes, o Exército tem enfrentado críticas crescentes pelo adiamento de reformas, não colocando Mubarak no banco dos réus e por denúncias de violações aos direitos humanos.

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